As organizações patronais da União Europeia e dos países do Mercosul pediram, nesta quinta-feira (26), em uma declaração conjunta, a ratificação rápida do acordo comercial assinado no verão de 2019, mas atualmente paralisado por temores sobre suas consequências ambientais.
"O acordo oferece oportunidades muito boas para as economias e sociedades de ambas as partes e é de importância crucial não só por razões estratégicas e econômicas, mas também sob uma perspectiva de sustentabilidade", escrevem os co-signatários, entre eles BusinessEurope do lado da UE.
"As oportunidades de negócios criadas por este acordo também são importantes e urgentes para a recuperação do choque gerado pela pandemia de covid-19", acrescentam.
Temem que um atraso na ratificação possa comprometer "todo o potencial das possibilidades oferecidas" por este acordo, o mais importante já concluído pela UE.
O texto representa, segundo eles, "uma oportunidade única" de demonstrar o compromisso das duas partes "em termos de direitos trabalhistas e ambientais, já que o capítulo sobre desenvolvimento sustentável é o mais avançado" de todos os acordos de livre comércio.
Concluído em 2019 após 20 anos de discussões, este acordo encontra-se oficialmente em "finalização" há 17 meses, o que significa que é examinado pelos serviços jurídicos e traduzido.
Mas é assunto de profundas questões em vários Estados membros da UE: os parlamentos austríaco e holandês, que devem ratificá-lo como todos os parlamentos europeus, já o rejeitaram em sua forma atual, e a Bélgica, Irlanda, Luxemburgo e França estão relutantes. Até Berlim, grande promotor do texto, deu recentemente um passo atrás.
Em causa estão suas consequências para os agricultores europeus, mas sobretudo os riscos que representa para o meio ambiente, em particular o desmatamento na Amazônia, favorecido pelo presidente Jair Bolsonaro.
Bruxelas disse recentemente que aguarda "um compromisso claro" dos países do Mercosul para garantir que respeitem o aspecto de "desenvolvimento sustentável" do acordo.