Jornal Estado de Minas

COVID-19

Mineira que mora na Inglaterra sobre vacina: 'Já estou com roupa de ir!'

A especialista em experiência do usuário Bruna Carvalho, de 38, que mora no Reino Unido há um ano e oito meses, nunca aguardou uma ligação com tanta ansiedade. No caso, a do GP (General Practitioners, equivalente aos centros de saúde do SUS) onde ela está cadastrada, dizendo que sua família já pode tomar a vacina contra COVID-19




Desenvolvido pelas empresas Pfizer e BioNTech, o imunizante começou a ser aplicado nesta segunda-feira (8) no país. 

Veja como vai funcionar a vacinação no Reino Unido 

Ainda não chegou a vez da ipatinguense de se vacinar, já que, num primeiro momento, o governo britânico priorizou idosos e seus cuidadores profissionais. "Mas já estou até com roupa de ir, é só me chamar que eu vou. Ninguém aguenta mais!", brinca a brasileira. 

Bruna acaba de sair de um rigoroso período de lockdown, que começou em 5 de novembro e terminou em 2 de dezembro no país. Antes disso, as autoridades britânicas já haviam imposto outra longa temporada de bloqueio nas cidades, que perdurou por mais de três meses. 





"São praticamente cinco meses sem sair de casa. Durante dois deles, só tínhamos autorização para ir ao supermercado e caminhar na rua durante uma hora por dia", conta a imigrante. 

Ela diz que está confiante no produto criado pelos laboratórios em questão e, sobretudo, no sistema de saúde do Reino Unido, o National Health Service - NHS. 



Receio

Segundo Bruna, que mora com o marido em Poole, cidade do condado de Dorset, litoral Sul da Inglaterra, o "SUS britânico" é eficiente e não faz distinção entre nativos e estrangeiros. 

"Todas as vezes em que precisei do serviço, foi muito bem-atendida - e gratuitamente. Os profissionais de saúde ligam e mandam cartas para a casa das pessoas para convocá-las à realização dos exames preventivos. Para você ter uma ideia, assim que eu me cadastrei no meu GP, recebi cinco cartas do NHS me chamando para fazer papanicolau (exame ginecológico de detecção do câncer de colo de útero). Eu só não fiz porque tinha acabado de realizar o exame no Brasil. Então, não vejo motivos para duvidar da vacinação", pondera. 





Sede da segunda maior comunidade brasileira do Reino Unido (a maior está em Londres), Poole, de acordo com Bruna, também abriga muitos imigrantes desconfiados. "Eu administro grupos de WhatsApp de brasileiros que imigraram para a europa. Há um grupo considerável de negacionistas cheios de teorias da conspiração sobre a vacina", relata a mineira. 

Entre os nativos da terra de Shakespeare, o receio também é significativo. Um levantamento divulgado em 3 de dezembro pela agência de pesquisa de mercado YouGov apontou que um em cada 5 britânicos estão hesitantes em receber as doses da Pfizer-BioNTech. 

audima