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Estado de Minas IMUNIZAÇÃO

Resultados de vacina da AstraZeneca são avaliados por revista científica

A primeira cujos ensaios foram avaliados por uma revista científica, The Lancet, vacina britânica contra o coronavírus é 70% eficaz


08/12/2020 13:55 - atualizado 08/12/2020 14:17

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

A vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela AstraZeneca e a universidade britânica de Oxford foi a primeira cujos ensaios foram avaliados por uma revista científica, The Lancet, nesta terça-feira (8/12).


A publicação desses resultados, examinados por um comitê de cientistas independentes, confirma que essa vacina é 70% eficaz, de acordo com o que a AstraZeneca anunciou em 23 de novembro.


A vacina da AstraZeneca é uma das três mais avançadas, desenvolvida em menos de um ano após o surgimento do coronavírus na China.


As outras duas vacinas são as do laboratório americano Moderna e a da aliança Pfizer/BioNTech (Alemanha e Estados Unidos), com a qual o Reino Unido já começou sua campanha de vacinação nesta terça-feira.


Moderna e Pfizer/BioNTech afirmam que seus produtos têm uma eficácia respectivamente de 94,1% e 95%. Seus resultados ainda não foram publicados por uma revista científica, mas foram transmitidos às distintas agências de medicamentos encarregadas de examinar as demandas de comercialização.

 

Eficácia em idosos ainda não é conhecida

 

Mesmo após uma primeira análise dos dados dos testes clínicos da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca, a eficácia do imunizante entre idosos, um dos grupos de maior risco para COVID, não pôde ser avaliada e só será conhecida depois de novas análises, segundo disseram os autores da pesquis no artigo publicado no The Lancet.

O texto confirma os resultados de eficácia divulgados anteriormente pela AstraZeneca (de 62% entre o grupo de voluntários que recebeu duas doses completas e de 90% entre aqueles que receberam meia dose seguida de uma dose completa), mas ressalta que o número de voluntários mais velhos é muito pequeno para aferir a eficácia entre idosos.

Na análise de eficácia, os pesquisadores avaliaram a distribuição de 131 infecções entre os grupos placebo e vacinados, mas somente cinco desses contaminados tinham mais de 55 anos, o que tornou impossível uma análise estatisticamente significativa entre os mais velhos. "A eficácia da vacina em grupos de idades mais avançada não pôde ser avaliada, pois havia poucos casos. Os autores afirmam que está análise será concluída no futuro", informa nota do The Lancet divulgada para a imprensa.

De acordo com Merryn Voysey, um dos autores do artigo, a insuficiência de dados entre idosos ocorreu porque o recrutamento de pessoas maiores de 55 anos começou mais tarde.

"Para avaliar a eficácia da vacina, precisamos ter um número suficiente de casos de COVID-19 entre os participantes para indicar que a vacina os está protegendo contra doenças. Como o recrutamento de adultos mais velhos começou mais tarde do que em adultos mais jovens, houve menos tempo de acompanhamento para essas coortes e menos tempo para acumular casos de COVID-19. Isso significa que temos que esperar mais para ter dados suficientes para fornecer boas estimativas de eficácia da vacina em subgrupos menores", afirmou o cientista.

A conclusão pode atrapalhar os planos do Ministério da Saúde de iniciar a vacinação no país entre profissionais de saúde e idosos. Até esta segunda-feira (7/12), a principal aposta do governo brasileiro era a vacina de Oxford por causa de um acordo já firmado de fornecimento de 100 milhões de doses.

Segundo o cronograma apresentado na semana passada pelo ministério, a vacinação começaria em março com profissionais de saúde e idosos a partir dos 75 anos e seria gradualmente ampliada para idosos de outras faixas etárias. A estimativa do ministério era imunizar quase 30 milhões de idosos nas primeiras fases da campanha.


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