O clima no asilo Bupa Care Homes, situado em New Milton, cidade do condado de Hampshire, no Reino Unido, é o mais alegre em mais de 10 meses. Desde o anúncio do programa de vacinação contra a COVID-19 no país, que começou nesta terça-feira (8/12), os idosos da instituição choram de alegria, fazem planos e sorriem com mais frequência. O relato é de Rodrigo Oliveira Borges, brasileiro que trabalha no local como health care assistant. A função mescla as tarefas do cuidador com as do técnico de enfermagem.
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Mineira que mora na Inglaterra sobre vacina: 'Já estou com roupa de ir!'Reino Unido inicia vacinação contra covid-19; doença avança nos Estados UnidosVacinação contra COVID: Idosa de 90 anos é 1ª a receber dose no Reino UnidoEmocionada, médica da Fiocruz defende Revolta da Vacina ao contrárioNatural da capital paulista, ele mora há seis anos em Bournemouth, condado de Dorset - a 20 quilômetros de New Milton. Ele estima que os internos do Bupa Care Homes receberão a primeira dose do imunizante desenvolvido pelas empresas Pfizer e BioNTech em janeiro. O paulista, no entanto, será protegido antes, já na próxima terça-feira (15), na própria unidade em que atua. O aviso foi dado pelo National Health Service (NHS), o "SUS" britânico, esta tarde.
Os health care assistants estão entre os profissionais de saúde mais expostos ao coronavírus dentro da estrutura assistencial do Reino Unido, uma vez que permanecem em contato direto com os pacientes durante toda a sua jornada. São eles os responsáveis por atividades como limpar, vestir, alimentar, ajudar na locomoção e colher o sangue de doentes, entre outros públicos vulneráveis. Por esse motivo, estão no topo da prioridade do programa britânico de imunização, ao lado dos residentes de lares para idosos.
A lista segue nessa ordem: maiores de 80 anos, maiores de 75, maiores de 70, pessoas clinicamente vulneráveis, maiores de 65 anos, cidadãos entre 16 e 64 anos com comorbidades, maiores de 60 anos, maiores de 55, maiores de 50 e, por fim, o restante da população.
A lista segue nessa ordem: maiores de 80 anos, maiores de 75, maiores de 70, pessoas clinicamente vulneráveis, maiores de 65 anos, cidadãos entre 16 e 64 anos com comorbidades, maiores de 60 anos, maiores de 55, maiores de 50 e, por fim, o restante da população.
Borges, que passa até 12 horas ao lado dos hóspedes do asilo, respira aliviado com o início da vacinação. "Não digo que tive medo de morrer. Tive mais medo de infectar os idosos. De qualquer forma, foi uma temporada pesada. A COVID deixou tudo mais estressante. Com a doença, os colegas são constantemente afastados por suspeita de infecção, então sobra muito mais trabalho . A liberação da vacina foi a melhor notícia do ano. Sei que ela não põe fim à pandemia, mas é uma luz no fim do túnel ", comemora o brasileiro.
O paulista também celebra o fato de que a imunização permitirá a ele um contato mais próximo com a mãe, que chega à Inglaterra para visitá-lo em 20 de dezembro. "Eu vou poder abraçá-la, ficar perto dela. Estou muito feliz", comenta.