Após os recentes ataques jihadistas em Paris e Nice, o governo francês apresentou nesta quarta-feira (9) um projeto de lei para combater o "islamismo radical".
"Este projeto de lei não é um texto contra as religiões, nem contra a religião muçulmana em particular", disse o primeiro-ministro Jean Castex em coletiva de imprensa.
"É, pelo contrário, uma lei de liberdade, uma lei de proteção, uma lei de emancipação contra o fundamentalismo religioso", acrescentou.
O projeto de lei, composto por mais de 50 artigos, inclui dispositivos para restringir a escolaridade das crianças em casa, permitir um controle maior sobre o funcionamento e financiamento das associações e locais de culto e combater melhor as mensagens na internet que incitam o ódio.
Esta último dispositivo é a resposta do governo ao assassinato em outubro de um professor perto de Paris, que havia mostrado caricaturas do profeta Maomé em uma aula sobre liberdade de expressão.
O professor Samuel Paty foi ameaçado online antes de sua decapitação por um suposto islamita em meados de outubro. Nas mensagens, publicadas por alguns pais de família, foram mencionados seu nome e o da escola onde trabalhava.
A morte de Paty entra na longa lista de atentados jihadistas na França, que incluem os massacres de 2015 na redação da revista satírica Charlie Hebdo e na casa noturna Bataclan, e o recente ataque em uma igreja de Nice (sul) em outubro deste ano.