O Marrocos anunciou nesta quinta-feira (10) que "retomará suas relações diplomáticas" com Israel "o mais rápido possível", uma decisão anteriormente anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e descrita como "histórica" pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
Em contrapartida, Trump reconheceu a soberania marroquina sobre o disputado território do Saara ocidental.
Marrocos vai retomar "os contatos oficiais (...) e as relações diplomáticas o mais rápido possível" com o Estado hebreu, segundo um comunicado do Palácio Real, após a conversa entre o rei Mohammed VI e Trump.
Marrocos e Israel estabeleceram escritórios de representação em Rabat e Tel Aviv na década de 1990, mas eles foram fechados nos anos 2000.
Netanyahu, por sua vez, anunciou aos seus cidadãos que em breve haverá "voos diretos" entre os dois países. O chefe do governo israelense agradeceu ao rei marroquino por uma "relação calorosa" bilateral, em seu discurso na televisão.
Trump afirmou em um tweet que "a proposta séria, confiável e realista de Marrocos para a autonomia é a única base para uma solução justa e duradoura que garanta paz e prosperidade" no Saara Ocidental.
"Marrocos reconheceu os Estados Unidos em 1777. Portanto, é apropriado que reconheçamos sua soberania sobre o Saara Ocidental", acrescentou.
No entanto, a ONU avisou que mantém "inalterada" sua posição a respeito da disputada região desértica de 266 mil km2, ex-colônia espanhola, cujo estatuto segue sem definição desde 1975.
O grupo pró-independência Frente Polisário reivindica a soberania do Marrocos sobre o território, onde uma missão de paz da ONU (Minurso) foi enviada para monitorar um cessar-fogo e supostamente organizar um referendo sobre a soberania.