Quatro pessoas foram esfaqueadas e uma foi ferida a tiro em confrontos registrados após as manifestações de sábado em várias cidades dos Estados Unidos a favor de Donald Trump e para denunciar uma "fraude" eleitoral.
Em muitos lugares aconteceram confrontos entre ativistas pró e anti-Trump. O republicano perdeu as eleições de 3 de novembro para o democrata Joe Biden, mas não reconheceu a derrota.
A polícia do estado de Washington informou que um tiroteio aconteceu no sábado à noite após confrontos perto do edifício do Capitólio na cidade de Olimpia. Um suspeito foi detido.
Na capital americana, o porta-voz do departamento de bombeiros e emergências, Doug Buchanan, afirmou à AFP que quatro pessoas foram esfaqueadas e estavam hospitalizadas "com ferimentos graves".
O jornal The New York Times informou que 23 pessoas foram detidas durante o dia.
Mais de um mês após a eleição de Joe Biden, uma multidão usando bonés vermelhos com a inscrição "Make America Great Again" invadiu a capital dos Estados Unidos neste sábado para exigir "mais quatro anos" de mandato para Donald Trump, denunciando novamente uma "fraude maciça" nas eleições presidenciais.
Apesar de uma derrota final e decisiva na véspera na Suprema Corte, milhares de apoiadores de Trump foram às ruas para mostrar que estão convencidos da vitória republicana nas eleições de novembro.
A manifestação começou em uma atmosfera festiva e milhares de pessoas se reuniram na Freedom Plaza, perto da Casa Branca.
O grupo, no entanto, era menor que as 10.000 pessoas que apoiaram o presidente um mês antes.
"Não vamos ceder", disse Luke Wilson, um senhor de 60 anos de Idaho, agitando uma bandeira defendendo o direito ao porte de armas.
Os manifestantes citaram a "interferência estrangeira" e um software eleitoral que teria apagado milhões de votos destinados ao presidente para explicar o "roubo" que o magnata republicano teria sofrido nas urnas.
"O povo americano é vítima de uma grande injustiça", afirmou à AFP Dell Quick, um participante regular dos atos em favor do presidente em fim de mandato, para quem a eleição de Biden parece "completamente impossível".
- "Trump 2024" -
Por falta de evidências tangíveis para apoiar as alegações de fraude eleitoral, os cerca de cinquenta recursos apresentados pelos aliados de Trump nos Estados Unidos foram rejeitados pelos tribunais ou abandonados, com apenas uma exceção.
Todos os estados certificaram formalmente seus resultados, atribuindo a vitória a Biden, e o Colégio Eleitoral validará na segunda-feira o triunfo do democrata, que tomará posse no dia 20 de janeiro.
Darlene Denton usava um emblema "Trump 2024" em seu moletom. "Ninguém quer ver as prova", disse esta mulher de 47 anos que veio do Tennessee para expressar seu amor por um líder que teria dado "voz" ao povo americano.
O próprio presidente ainda se recusa a admitir a derrota.
"Uau! Milhares de pessoas estão se reunindo em Washington para evitar que nossas eleições sejam roubadas", comemorou Trump no Twitter neste sábado, antes de seu helicóptero sobrevoar a multidão que cantava o hino americano.
Entre os manifestantes, membros da milícia de extrema direita "Proud Boys", reconhecidos pelas roupas amarelas e pretas e pelo uso de coletes à prova de balas, foram aclamados pela multidão.
"Nazistas fora!", Gritaram militantes do movimento Black Lives Matter reunidos a algumas ruas de distância.
Vários comícios anti-Trump foram organizados na capital, um deles no Black Lives Matter Plaza, perto da Casa Branca, onde milhares de pessoasse reuniram no início de novembro para celebrar o triunfo de Biden.