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Estado de Minas LONDRES

Europa reabre as portas ao Reino Unido e OMS examina nova cepa do coronavírus


23/12/2020 20:22 - atualizado 23/12/2020 20:55

Com a reabertura do estratégico porto de Dover, o Reino Unido começou a sair do repentino isolamento determinado pelos países vizinhos após a descoberta de uma nova cepa da covid-19, enquanto outra variante do vírus, proveniente da África do Sul, gera ainda mais preocupação.

As autoridades britânicas anunciaram nesta quarta-feira (23) que identificaram dois casos de outra variante do coronavírus, "altamente preocupante" por ser "mais contagiosa", vinda da África do Sul, país ao qual impuseram "imediatamente" restrições a viagens.

Esta cepa sul-africana "parece ter sofrido mais mutações do que a nova variante identificada no Reino Unido", disse o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock.

Pela primeira vez desde domingo, veículos com passageiros foram autorizados a cruzar o Canal da Mancha e chegaram na terça-feira à noite ao porto francês de Calais, procedentes de Dover, sudeste da Inglaterra.

Mas os caminhoneiros poloneses em Dover, parados à espera de um teste negativo de covid-19, expressaram frustração. "Estamos aqui há dois dias, sem banho, água para beber ou comida", relatou Paytricia Szeweczyk, mãe de duas meninas, manifestando sua "raiva da França".

Laurent Beghin, por outro lado, protestou contra a atitude das autoridades. "Já disse ao meu patrão que não vale a pena me mandar de novo para a Inglaterra. Trataram a gente como animais", lamentou.

- Rotas interrompidas -

"Finalmente", comemorou um passageiro do trem Eurostar na estação do norte de Paris. O trem que chegou às 12h47 locais (08h47 de Brasília) foi o primeiro procedente de Londres a entrar na capital francesa em dois dias.

França, Bélgica, Holanda e República Checa autorizaram nesta quarta o retorno, a partir do Reino Unido, de seus cidadãos e residentes em seu território, ou na União Europeia (UE), desde que apresentem um resultado negativo de exame da covid-19.

Do lado britânico, os donos de restaurantes estão sofrendo. É o caso de Pascal Aussignac, um chef com estrela Michelin que mora em Londres há 22 anos e conta com as vendas do Natal para recuperar sua saúde financeira após um ano calamitoso devido à pandemia.

"Tenho cinquenta frangos e patos esperando do lado francês, nunca chegarão a tempo para a ceia de Natal", disse ele à AFP na terça-feira. Os restaurantes tiveram que fechar na semana passada, durante a crucial temporada natalina.

Uma boa notícia do Reino Unido: dados da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca foram submetidos à autoridade reguladora, abrindo caminho para sua validação, anunciou o ministro Hancock.

O Reino Unido já aprovou uma primeira vacina, a da Pfizer e a BioNTech, aplicada desde o início do mês às populações mais vulneráveis.

O Canadá, por sua vez, anunciou que autorizou a vacina da Moderna após dar luz verde à Pfizer-BioNTech em 9 de dezembro.

A Alemanha, que como dezenas de países também cortou as conexões com o país, não anunciou mudanças em suas restrições, previstas para vigorarem até 6 de janeiro. A Espanha permite o retorno apenas de seus cidadãos.

- Reunião da OMS -

Neste contexto, a divisão europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS) organizava nesta quarta-feira uma reunião para discutir estratégias para tratar a variante do coronavírus.

A campanha de vacinação na UE começará no domingo, depois que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou na segunda-feira a vacina da

Nesta quarta-feira, a Suíça começou a imunização: uma idosa de mais de 90 anos da comuna de Lucerna foi a primeira pessoa a receber a vacina na Europa continental. O Reino Unido iniciou a vacinação há duas semanas.

A Irlanda voltará a se confinar entre 24 de dezembro e 12 de janeiro, com algumas exceções no Natal.

- Trump rejeita plano de apoio econômico -

Nos Estados Unidos, país mais afetado do planeta em número de mortes (322.849) e de infecções (mais de 18 milhões), o presidente Donald Trump rejeitou na terça-feira a lei de alívio econômico aprovada após meses de árduas negociações pelo Congresso para atender à crise provocada pela pandemia e exigiu uma série de "emendas".

"Realmente é uma desgraça", disse Trump, que criticou a ajuda a famílias, nas quais há pessoas em situação irregular no país, assim como a inclusão de recursos para outros temas, ao mesmo tempo em que pediu o aumento da ajuda às pessoas mais necessitadas, estipulada em 600 dólares e que ele quer ampliada para US$ 2.000.

O presidente eleito Joe Biden afirmou, por sua vez, que no próximo ano pedirá ao Congresso que adote um novo plano de ajuda à economia do país.

O México - o quarto país com mais mortes, atrás dos Estados Unidos, Brasil e Índia - anunciou que começará a vacinar sua população nesta quinta-feira com o fármaco da Pfizer e BioNTech.

Na América Latina e no Caribe, quase 490 mil pessoas morreram em decorrência da covid-19 e mais de 14,8 milhões foram infectadas.

O Ministério da Saúde da Argentina autorizou "em caráter de emergência" a vacina russa Sputnik V, cujo primeiro carregamento está previsto para chegar nesta quinta ao país, após a aprovação da vacina da com quem o governo negocia um acordo de fornecimento.

A pandemia provocou mais de 1,7 milhão de mortes em todo planeta e quase 78 milhões de contágios, segundo um balanço da AFP com base em números oficiais dos países.


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