"Estão em casa", disse Netanyahu ao ex-espião e a sua esposa, Esther, entregando-lhes as carteiras de identidade israelenses.
Pollard, um ex-analista da Marinha dos EUA de 66 anos, passou 30 anos na prisão por entregar documentos confidenciais dos EUA.
Foi solto em 2015 sob a obrigação de usar uma tornozeleira eletrônica e respeitar o toque de recolher, além da proibição de deixar o território dos americano durante cinco anos, apesar da pressão israelense para sua saída. O Departamento de Justiça dos EUA suspendeu essas restrições em novembro.
Um vídeo divulgado nesta quarta-feira pelo gabinete do primeiro-ministro israelense mostra Pollard e sua mulher descendo do avião na direção de Netanyahu, que acenava. Pollard se ajoelhou para beijar o chão, e sua esposa fez o mesmo.
Após algumas palavras, Netanyahu lhe entregou a carteira de identidade israelense.
Considerado um herói em Israel, o ex-espião afirmou que ele e sua esposa estão "felizes por finalmente estarem em casa depois de 35 anos".
"Agradecemos ao povo e ao primeiro-ministro por nos trazerem para casa", completou.
- "Cidadãos produtivos" -
"Esperamos ser cidadãos produtivos o mais rápido possível e continuar nossas vidas aqui", disse Pollard, que recebeu cidadania israelense em 1995.
Israel começou seu terceiro confinamento no domingo e exige uma quarentena de pelo menos dez dias aos recém-chegados ao país.
Pollard e sua mulher viverão em Jerusalém, disse Nitsana Darshan-Leitner, a advogada israelense que representou o ex-espião, em entrevista à rádio do Exército.
Os dois viajaram em um avião particular do milionário americano Sheldon Adelson e pousaram pouco antes das 3h locais (22h em Brasília), no aeroporto de Tel Aviv, segundo o jornalista israelense Itay Blumental.
A chegada deles é vista como um grande evento em Israel, celebrada pelo presidente Reuven Rivlin no Twitter.
Em meados da década de 1980, Pollard, um judeu americano, entrou em contato com um coronel israelense em Nova York e compartilhou segredos dos Estados Unidos com o Estado hebreu em troca de dezenas de milhares de dólares. Revelou milhares de documentos americanos.
Foi preso em 1985 e, dois anos depois, após ser declarado culpado, condenado à prisão perpétua.
Seu caso foi um espinho nas relações entre Washington e Israel, dois aliados próximos.
Funcionários de alto escalão do Departamento da Defesa dos Estados Unidos e da CIA (a agência de Inteligência) nunca perdoaram o espião pela grande quantidade de informações confidenciais entregues em troca de dinheiro e no meio da Guerra Fria.
Segundo documentos da CIA confidenciais em 2012, Pollard teria ajudado Israel a bombardear, em 1985, a sede da então exilada Organização para a Libertação da Palestina (OLP) na Tunísia - um ataque que deixou 60 mortos - e a assassinar o número dois do organismo, Abu Jihad.
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