Vinte "yatiris", ou feiticeiros, do Peru e da Bolívia chicoteavam flores sobre as cabeças dos participantes para expulsar os espíritos malignos. Em seguida, passavam penas de condor e ovos de avestruz em uma sessão de 10 minutos.
Os apetrechos são desinfetados com álcool para afastar as forças negativas de 2020, principalmente o novo coronavírus.
Ao final, cada um recebe um amuleto com sementes para a saúde e objetos em miniatura. O custo é de 25 soles (cerca de sete dólares).
- Saúde, o principal desejo -
Os curandeiros também se dedicam a ganhar algumas moedas prevendo o futuro. A leitura é feita com folhas de coca, a mítica planta andina dos tempos do império inca e à qual se atribuem propriedades revigorantes.
Também são vendidas as "alasitas", miniaturas que simbolizam os desejos.
Os pedidos mais frequentes são por uma casa, boa saúde, casamento e divórcio.
Os curandeiros pedem um período de até 12 meses para que se realizem e oferecem um certificado.
"Devido à pandemia, o que as pessoas mais compram são certificados de saúde, o que é um desejo inevitável para o próximo ano", disse Lidia Cortez, coordenadora da feira.
Os banhos de flores são uma tradição da cultura andina praticada nestas datas para eliminar más vibrações e começar bem um novo ano.
- Xamãs pedem vacina -
Às margens do rio Rímac, quatro xamãs beberam ayahuasca antes de pedir à Yacumama (mãe d'água) saúde para a humanidade e a chegada de uma vacina contra o coronavírus aos Peru.
A ayahuasca é uma planta tradicional da Amazônia, cujo consumo produz alucinações.
No Peru, o coronavírus infectou mais de um milhão de pessoas e matou cerca de 38.000 desde que o primeiro caso surgiu, há nove meses.
LIMA