Jornal Estado de Minas

BRASÍLIA

Bolsonaro apoia alegação de fraude eleitoral de Trump após invasão do Capitólio

O presidente Jair Bolsonaro apoiou nesta quinta-feira (7) as alegações do seu aliado, Donald Trump, de que houve fraude nas eleições presidenciais nos Estados Unidos e alertou que o caos que sacudiu Washington na véspera também poderá ocorrer nas eleições brasileiras no ano que vem.



Bolsonaro, chamado no exterior de "Trump Tropical", é um apoiador fiel do presidente americano em fim de mandato, uma posição que ele manteve mesmo após as críticas internacionais no papel de Trump ao encorajar a multidão que invadiu o Capitólio na quarta-feira.

"Basicamente, qual foi o problema, a causa dessa crise toda? Falta de confiança no voto", disse Bolsonaro a apoiadores no Palácio da Alvorada.

"Lá o pessoal votou e potencializaram o voto pelos correios por causa da tal da pandemia e houve gente que votou três, quatros vezes. Mortos votaram. Foi uma festa lá. Ninguém pode negar isso daí", acrescentou.

Autoridades eleitorais americanas, estados e tribunais refutaram as alegações de Trump de que teria ocorrido fraude generalizada na votação de novembro.

Mas Bolsonaro tem se mostrado determinado em apoiar Trump até o fim.

Ele foi o último líder do G20 a reconhecer a vitória do presidente eleito, Joe Biden, o que ele só fez depois que o colégio eleitoral confirmou oficialmente o resultado das eleições de 3 de novembro mais de um mês após o pleito.



Analistas políticos afirmam que a derrota de Trump isola Bolsonaro, que moldou sua própria ascensão à Presidência na trajetória do bilionário republicano, e afeta suas chances de se reeleger em 2022.

À medida que circulavam as imagens chocantes da invasão do Capitólio, em Washington, muitos comentaristas especulavam que o Brasil poderia se encaminhar para uma situação similar no ano que vem, caso Bolsonaro perca.

"Trump fornece roteiro para Bolsonaro em 2020", escreveu o jornalista Igor Gielow na Folha de S. Paulo.

Bolsonaro só fez aumentar estas preocupações ao repetir suas críticas frequentes ao sistema de voto eletrônico brasileiro, que ele alega - sem evidências - ser vulnerável a fraudes.

"Se nós não tivermos o voto impresso em 22, uma maneira de auditar o voto, nós vamos ter problema pior do que os Estados Unidos", insistiu.

audima