A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou uma resolução que pede que o vice-presidente do país, Mike Pence, invoque a 25ª Emenda para afastar o presidente Donald Trump do cargo. A medida foi aprovada por 223 votos a 205, quase exclusivamente pela bancada do Partido Democrata.
O texto pede que Pence aja para "declarar o que é óbvio para uma nação horrorizada: que o presidente é incapaz de cumprir os deveres e usar os poderes do seu cargo". Horas antes da votação, em uma carta à presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, Pence disse que não usaria o mecanismo para afastar Trump da Presidência.
Enquanto isso, cinco deputados republicanos - incluindo Liz Cheney, a terceira na hierarquia do partido na Câmara - anunciaram que votarão a favor do impeachment de Trump. "Nunca houve maior traição por um presidente dos Estados Unidos do seu cargo e do seu juramento à Constituição", disse Cheney, em um comunicado.
A votação do impeachment de Trump na Câmara deve acontecer nesta quarta-feira, pelo episódio da semana passada no qual o presidente insuflou um grupo violento de apoiadores a invadirem o Capitólio. Se o processo for aprovado, ele será o único presidente na história dos Estados Unidos ter dois processos de impeachment aprovados na Câmara.
No primeiro processo, o impeachment foi barrado pelo Senado, de maioria republicana. Agora, o apoio de Trump pode ser menor. Na terça-feira, fontes ouvidas pelo New York Times disseram que o líder do partido na Casa, Mitch McConnell, concluiu que o presidente cometeu ofensas passíveis de impeachment e acredita que o novo processo pode facilitar a expulsão de Trump da legenda.
Assessores de McConnell também já haviam especulado em conversas de bastidores que 12 senadores republicanos, ou talvez mais, poderiam votar para afastar o presidente em um julgamento do processo de impeachment no Senado, também segundo o New York Times. Ao que tudo indica, seriam necessários 17 republicanos, mais os senadores democratas, para condenar Trump.
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