Surpreendentes 48% dos entrevistados dizem que não seriam vacinados se pudessem fazê-lo agora, em comparação com 48% que seriam imunizados contra a covid-19, indica a pesquisa da Ipsos publicada neste sábado (16) pelo jornal El Comercio.
Os antivacinas cresceram para pouco mais que o dobro dos 22% registrados em agosto, quando foi lançado o primeiro levantamento de vacinação. Naquela época, 75% eram a favor.
Em dezembro, o percentual foi dividido entre 57% a favor e 40% contra a vacina, segundo outra pesquisa da Ipsos.
A principal razão apresentada por 52% dos antivacinas é que "ainda não são conhecidos todos os efeitos colaterais que a vacina pode ter no corpo".
"As vacinas são um mecanismo conhecido e prático para todos nós. É normal que as pessoas tenham dúvidas e incertezas", disse a ministra da Saúde, Pilar Mazzetti, à televisão estatal neste sábado.
O governo determinou que a vacinação contra a covid-19 será gratuita quando o imunizante começar a ser fornecido. Ele também descartou que o procedimento seja obrigatório.
A pesquisa da Ipsos foi realizada de 13 a 15 de janeiro entre 1.210 pessoas nas 25 regiões do Peru. Sua margem de erro é de 2,8%.
O movimento antivacinas atua nas redes sociais e no Parlamento peruano, onde um legislador pretende bloquear sua aplicação no país.
No Facebook, a advogada Rosa Apaza, uma das faces mais visíveis desse movimento, equiparou a vacinação contra a covid-19 a "genocídio" da população em um vídeo divulgado há dez dias.
O governo peruano anunciou no dia 6 de janeiro que fechou acordos de compra com a farmacêutica chinesa Sinopharm para a aquisição de 38 milhões de doses de sua vacina e com a britânica AstraZeneca por mais 14 milhões.
O primeiro milhão de doses da vacina Sinopharm deve chegar ao país até o final de janeiro para ser aplicado a cerca de meio milhão de profissionais de saúde, segundo as autoridades.
LIMA