A Assembleia Nacional, unicameral, aprovou por unanimidade um acordo que convoca os países e instituições do sistema financeiro internacional a "liberarem com urgência os recursos financeiros que permitam (...) adquirir as doses da vacina contra a covid-19 e começar com rapidez o processo de vacinação em massa".
Em sua ofensiva para tentar tirar do poder o presidente socialista Nicolás Maduro, os Estados Unidos impuseram sanções financeiras à Venezuela e à sua petroleira estatal PDVSA. Ao mesmo tempo, fundos estatais venezuelanos foram bloqueados nos EUA e em várias nações da Europa.
O acordo pede ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e à alta comissária para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, a "adotarem todas as medidas ao seu alcance para colocar fim" a essas medidas.
Maduro anunciou em novembro que havia negociado com a Rússia a compra de 10 milhões unidades de sua vacina, a Sputnik V.
O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), que está no poder, e seus aliados ocupam 256 dos 277 assentos no Parlamento após as eleições de 6 de dezembro, descritas como uma "farsa" pela maioria da oposição, que se absteve de participar, e não reconhecidas pelos Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina.
Sob o argumento de que a votação foi uma fraude, o líder da oposição Juan Guaidó defende a continuidade da antiga Assembleia Nacional opositora, eleita em 2015, cujo mandato terminou em 5 de janeiro.
Guaidó, ainda reconhecido como presidente da Venezuela por cinquenta países, incluindo os Estados Unidos, tem promovido sanções para tentar forçar a saída de Maduro.
No início de janeiro, a comissão delegada com a qual Guaidó busca manter o Congresso anterior promoveu negociações com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para a aquisição de 12 milhões de vacinas por meio do mecanismo global Covax. Não está claro como isso de desenvolveria, já que Maduro mantém o controle institucional e territorial do país.
CARACAS