A Argentina fechou nesta terça-feira (19/1) um acordo com a AstraZeneca para fabricar o insumo e produzir vacinas de Oxford. A ideia é que pelo menos 200 milhões de doses sejam exportadas para países da América Latina. Segundo o acordo, o Brasil não será contemplado.
O princípio ativo da vacina AstraZeneca/Oxford é produzido na Argentina pelo centro de biotecnologia mAbxience e será estabilizado e embalado no México pelo laboratório Liomont.
A Argentina aprovou o uso emergencial da vacina em 30 de dezembro, na mesma data em que o imunizante recebeu o aval das autoridades de saúde no Reino Unido.
Em 7 de novembro, a AstraZeneca firmou acordo com o país sul-americano para assegurar o fornecimento de 22,4 milhões de doses de sua vacina ao longo do primeiro semestre de 2021. O processo de autorização junto à Anmat ( Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica, órgão vinculado ao Ministério da Saúde) havia se iniciado um mês antes, em 5 de outubro.
Até aqui, o Ministério da Saúde argentino havia autorizado o uso de duas vacinas contra a COVID-19 no país: a russa Sputnik V (que já começou a ser distribuída entre profissionais de saúde) e a da Pfizer.
Segundo o ministério, a vacinação em massa só deve ocorrer efetivamente a partir de março em todo o país.
Falta de insumos no Brasil
A AstraZeneca é uma das vacinas que vem sendo produzidas no Brasil. A base dos estudos tem sido feita na sede da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), em Manguinhos, no Rio. Mas justamente a falta de insumos atrasou a distribuição dos imunizantes em todo o território nacional.
A Fiocruz afirmou que não poderá comprar matéria prima na Argentina para fabricar a vacina contra a COVID-19, já que precisaria iniciar um novo processo de pedido de autorização na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que levaria ainda mais tempo.