Divulgada na terça-feira, essa longa investigação promovida por Navalny, acompanhada de um vídeo de quase duas horas, já foi vista cerca de 40 milhões de vezes no YouTube. A apuração indica que o presidente russo foi beneficiado por empresários com uma luxuosa casa às margens do Mar Negro.
O Kremlin rejeitou todas as acusações, denunciando um "ataque" contra Putin e chamando os membros da equipe de Navalny de "vigaristas".
A polícia prendeu Liubov Sobol, uma figura próxima de Navalny, por "convocar manifestações não autorizadas", além de outros colaboradores, disse à AFP seu advogado, Vladimir Voronin.
- Milhões de visitas -
A divulgação do vídeo impulsionou milhares de postagens nas redes sociais em apoio ao chamado para manifestações em toda a Rússia no sábado pela libertação do opositor.
Os jovens foram mobilizados principalmente no Tik Tok.
A equipe de Navalny também disse à AFP que recebeu quase 10 milhões de rublos (112.000 euros) em doações.
O opositor, ignorado pela mídia nacional tradicional, dispõe de grande popularidade e audiência online entre as gerações mais jovens e nas grandes cidades.
Em Moscou, ele reuniu grandes multidões antes das polêmicas eleições locais de 2019.
- "Atividades ilegais" -
Diante dos pedidos de mobilização, o Ministério Público russo anunciou medidas para "limitar o acesso a informações ilegais" disseminadas online e constituindo "apelos para participação em ações ilegais em massa em 23 de janeiro de 2021".
A agência de telecomunicações russa Roskomnadzor emitiu um alerta às plataformas Tik Tok e Vkontakte, o equivalente russo do Facebook, instruindo-as a bloquear conteúdos considerados como apelos a "menores para participarem de atividades ilegais".
A mídia de oposição também noticiou que estudantes russos receberam mensagens de suas universidades dissuadindo-os de participar dessas manifestações.
Após sua prisão no domingo, ao retornar da Alemanha, Navalny convocou manifestações contra o poder em todo o país.
Sua equipe planeja protestos em pelo menos 65 cidades, desde Moscou a São Petersburgo, passando por Khabarovsk no Extremo Oriente russo e Yekaterinburg, nos Urais.
Alexei Navalny, cuja libertação é exigida pela União Europeia e pelos Estados Unidos, foi preso quando retornava a Moscou depois de vários meses de convalescença após um suposto envenenamento que sofreu em agosto na Sibéria.
Ele acusa o Kremlin de ser o responsável, o que Moscou nega.
O principal opositor russo, detido pelo menos até 15 de fevereiro, também é alvo de vários processos judiciais por "difamação", "fraude" e violação das condições de uma pena de prisão suspensa datada de 2014.
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