"Toda a América Latina tem que estar irmanada neste tempo que nos coube viver. Porque a pandemia nos submeteu a que cada um enfrente o desconhecido e às vezes penso que se estivéssemos estado mais juntos, mais unidos, certamente poderíamos ter enfrentado melhor as coisas", disse Fernández à imprensa ao lado do presidente chileno, Sebastián Piñera.
O presidente argentino acrescentou que esta é uma "oportunidade" para que a experiência que a pandemia deixou na América Latina - onde a doença causou mais de 570.000 mortes e mais de 18 milhões de contágios - permita entender "a importância do desenvolvimento em unidade entre argentinos, chilenos e também latino-americanos".
Piñera, por sua vez, afirmou que a covid-19 deixou "importantes lições e aprendizados" no Chile e na Argentina, e destacou que nos dois países analisaram-se as melhores formas de enfrentar os problemas e também as oportunidades no futuro.
Durante o encontro, foram assinados uma declaração conjunta e acordos sobre cooperação sanitária, o aperfeiçoamento de passagens fronteiriças e a validação das carteiras de motorista nos dois países.
A visita de Fernández é merada por uma série de impasses registrados durante 2020, entre eles quando o presidente realizou comparações na gestão da pandemia, nas quais criticou a forma como Piñera enfrentava a crise sanitária.
A isto se soma uma videoconferência com políticos chilenos da oposição na qual Fernández determinou "voltar a se unir, superar as diferenças para poder recuperar o poder a favor dos chilenos".
"Às vezes a mídia se esmera em quais são as diferenças entre dois homens que conduzem países e na verdade nunca olham para quais são as coincidências", disse Fernández em seu discurso.
Piñera recebeu Fernández após sair de uma quarentena de 14 dias após ter tido contato com uma pessoa contaminada com a covid-19, o que retardou esta visita em uma semana. O presidente argentino, por sua vez, se imunizou com a vacina russa Sputnik V antes de viajar.
A visita do presidente argentino - que se estende até a quarta-feira - inclui uma visita ao gabinete no La Moneda do ex-presidente socialista Salvador Allende, além de reuniões com representantes do Congresso chileno, empresários e uma apresentação na sede da Cepal.
SANTIAGO