Agora, ao fazer uma busca no Google, os internautas australianos veem uma mensagem, na qual a empresa manifesta sua oposição ao projeto que visa a regular as relações entre a imprensa e gigantes da Internet, como Google e Facebook.
Essas duas grandes empresas, que captam uma parte significativa da receita de publicidade, opõem-se a esse "código de conduta obrigatório" que tem como alvo o "feed de notícias" do Facebook e as buscas no Google.
O projeto prevê que estas empresas remunerem os meios de comunicação australiano pela publicação de seu conteúdo. Em caso de infração, serão multados em milhões de dólares.
A iniciativa australiana é acompanhada com interesse no mundo todo, em um momento em que a mídia sofre com a queda de sua receita de publicidade, que vai parar no Facebook, no Google e em outras grandes empresas de tecnologia.
O Google multiplicou suas iniciativas para abortar este projeto, ameaçando suspender seu motor de busca na Austrália e impedindo um pequeno número de internautas de acessar conteúdos da imprensa australiana.
A ação lançada nesta sexta é nova e tem o objetivo de angariar o apoio dos internautas à sua causa.
Em um vídeo, a diretora-geral do Google Austrália, Mel Silva, adverte contra esse projeto, que "romperá a forma de funcionamento dos motores de busca" e ameaçará uma "Internet livre e aberta".
Essa visão é compartilhada por Tim Berners-Lee, o principal inventor da Web em 1989, que comentou, recentemente, que esse projeto é "inviável" e mina um "princípio fundamental" da Internet.
Os críticos do Google acreditam, por sua vez, que a mensagem que apareceu nesta sexta-feira apenas destaca a vontade da empresa em usar sua posição dominante no mercado para seus próprios fins.
SYDNEY