O novo chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, está "formando uma equipe especializada" para gerenciar as relações com o Irã, que será liderada por Malley, informou uma fonte do Departamento de Estado nesta sexta-feira (29).
Malley é amigo de infância de Blinken e foi diretor do centro de estudos International Crisis Group, um órgão independente e não-governamental focado na resolução de conflitos.
Antes disso, ele foi um dos negociadores importantes do acordo nuclear alcançado entre o Irã e várias potências mundiais, sob o qual Teerã prometeu conter suas ambições nucleares em troca de alívio nas sanções econômicas.
Malley chega ao cargo com um histórico de negociações bem-sucedidas para limitar o programa nuclear do Irã, observou o funcionário do Departamento de Estado.
"O secretário está confiante de que ele e sua equipe conseguirão fazê-lo uma vez mais", acrescentou.
O acordo foi firmado durante o governo Barack Obama, quando Biden era vice-presidente.
Em 2018, o ex-presidente republicano Donald Trump retirou o país unilateralmente do acordo, que também foi assinado pelo Reino Unido, França, China, Alemanha e Rússia.
Trump afirmou que o acordo não foi duro o suficiente para o Irã e observou que ele não abordou as ações "desestabilizadoras" do Irã no Oriente Médio. Depois de sair do pacto, iniciou uma bateria de sanções contra Teerã.
Esta semana, Blinken confirmou que o governo recém-assumido quer voltar ao acordo, assim que Teerã cumprir com seus compromissos.
O Irã, por sua vez, respondeu às sanções reduzindo o cumprimento do acordo, e agora quer que Washington dê o primeiro passo.
Mesmo antes de ser nomeado, rumores de que Malley poderia assumir o cargo geraram críticas de falcões da extrema-direita contrários ao Irã.
"É realmente preocupante que o presidente Biden esteja considerando nomear Rob Malley para liderar a política iraniana", comentou o senador republicano Tom Cotton no Twitter na semana passada.
"Malley tem um histórico de simpatia pelo Irã e desaprovação por Israel. Os aiatolás não acreditarão em sua sorte caso seja escolhido", concluiu.
WASHINGTON