O anti-sistema também abriu as portas para negociações com o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, que desencadeou a crise retirando o apoio fundamental de seu pequeno partido, o Italia Viva, da coalizão governista.
"Para o Movimento 5 estrelas, a única pessoa capaz de liderar o país com seriedade e eficiência durante esta fase particularmente complexa é Giuseppe Conte", afirmou o líder do partido, Vito Crimi.
A delegação do M5E foi recebida pelo Presidente da República, Sergio Mattarella, árbitro da situação, que pela Constituição deve buscar uma saída para a crise.
Mattarella recebeu todas as partes para estabelecer se Conte tem apoio suficiente para voltar ao comando de um governo mais forte ou se deve nomear outra figura.
Renzi critica a maneira como Conte lidou com a pandemia, bem como o gigantesco plano de reconstruir o país com recursos da União Europeia.
O Crimi pediu indiretamente a Renzi para "resolver os problemas e não aumentá-los" e o convidou a discutir a gestão desses fundos.
A reconciliação com Renzi é complexa, mas necessária, já que as contas não somam sem seu apoio no Senado para formar um terceiro governo liderado por Conte.
"Expressamos a nossa vontade de falar com aqueles que querem dar respostas concretas ao país, em espírito de colaboração, no quadro das forças políticas majoritárias que trabalharam juntas no último ano e meio", anunciou Crimi no fim da reunião com o presidente.
Renzi, que complicou a situação na véspera ao "congelar", como escreveram os jornais italianos, o nome de Giusseppe Conte à frente de um novo governo, tem a situação sob controle e pode exigir maior representação, mais ministros, no eventual novo executivo.
Para Ettore Rosato, do partido de Renzi, Italia Viva, a inauguração do M5E "vai na direção que pedimos".
O Italia Viva, que não chega a 3% nas pesquisas e perdeu popularidade, corre o risco de desaparecer em caso de eleições antecipadas, a pedido da direita moderada e da extrema-direita, ao contrário de um novo Executivo Conte.