Ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump voltou a ser acusado e passará pelo segundo julgamento político, mas várias figuras mudaram em relação ao processo anterior que não conseguiu destituir o agora ex-presidente.
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Os promotores
A presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, designou para o julgamento político um grupo diversificado de nove "gerentes", todos congressistas democratas e advogados, nenhum deles com participação no impeachment de 2020 contra Trump.
O grupo é liderado por Jamie Raskin, um acadêmico constitucionalista que começou a redigir o artigo do julgamento político pouco depois de uma turba de seguidores de Trump atacar o Capitólio.
Raskin, 58 anos, de Maryland, assume o maior caso de sua carreira no momento em que lamenta a morte do filho Tommy, que se suicidou na véspera do Ano Novo.
"Não vou perder meu filho no fim de 2020 e perder meu país e minha república em 2021", declarou ao canal CNN em janeiro.
Stacey Plaskett, 54 anos, negra e mãe de cinco filhos, natural das Ilhas Virgens, é outra das "gerentes".
Como delegada de um território americano, Plaskett não tem o privilégio de votar na Câmara e, assim, não votou a favor do julgamento político de Trump.
Mas expressou a gratidão por ter sido escolhida para ajudar no processo contra o agora ex-presidente, de quem afirma que "tentou um golpe de Estado".
A defesa
Ao contrário de seu primeiro julgamento, quando advogados brilhantes participaram em sua representação, Trump teve dificuldades para construir sua equipe de defesa.
Após uma onda de renúncias, o republicano recrutou no último minuto David Schoen, um advogado criminal do Alabama, e Bruce Castor, que era promotor da Pensilvânia e se recusou em 2005 a processar o comediante Bill Cosby por agressão sexual. Cosby foi condenado 13 anos mais tarde por estes abusos.
Os leais
Os 100 integrantes do Senado não serão apenas jurados no julgamento de Trump. Eles foram testemunhas e vítimas do ataque ao Capitólio
Muitos deles são leais a Trump, incluindo Josh Hawley, 41 anos, dos Missouri, um potencial pré-candidato à presidência, e Ted Cruz, advogado constitucionalista do Texas. Os dois defendem o ex-presidente de maneira veemente.
Ambos estão entre os poucos legisladores que votaram contra a certificação dos resultados da eleição em estados específicos, inclusive depois do ataque, e agora advertem contra o que Cruz chama de esforço "de vingança" para condenar um presidente que não está mais no cargo.
Neste grupo também está o senador Rand Paul, que acusou os democratas de estarem "transtornados por seu ódio" a Trump.
Na semana passada, Paul, um oftalmologista de 58 anos, forçou uma votação para impedir o julgamento por considerá-lo inconstitucional. Sua tentativa fracassou, mas teve um resultado revelador: apenas cinco republicanos votaram com os democratas para dar prosseguimento ao processo.
Potenciais desertores
São necessários dois terços dos votos do Senado para obter uma condenação, o que significa que 17 senadores republicanos teriam que unir-se aos democratas para declarar Trump culpado.
É pouco provável que estes votos sejam conquistados, mas o senador Mitt Romney votou pela condenação do presidente em 2020 e Pat Toomey, da Pensilvânia, disse que Trump "cometeu crimes passíveis de impeachment" ao incitar os distúrbios de 6 de janeiro.
A questão é se eles conseguirão convencer os céticos. Moderados como Lisa Murkowski e Susan Collins estão em dúvida e o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, que tem grande influência, afirmou de modo privado que considera votar pela condenação.
O juiz
O presidente da Suprema Corte tem a atribuição constitucional de comandar o tribunal em um julgamento de impeachment de um presidente.
Mas como Trump não está mais no cargo, o presidente da Suprema Corte, John Roberts, que comandou o processo de 2020, se afastou da atribuição.
Isto deixa ao senador democrata Patrick Leahy, de 80 anos, que como membro mais idoso do partido majoritário é o presidente pro tempore do Senado, o papel de juiz.
Esta é uma situação complicada para um legislador firmemente liberal que também atua como membro do júri e que enfrenta preocupações sobre sua saúde. Ele foi hospitalizado por um breve período poucas horas depois de tomar posse como presidente do Senado em 26 de janeiro.
Leahy é fã do Batman e fez figuração em vários filmes do personagem. Também é fotógrafo amador.
Em um comício em 2018, Trump o acusou de abusar da bebida. Leahy chamou os comentários de "bobagens falsas".