Jornal Estado de Minas

A 16 MIL KM DE DISTÂNCIA

Contas de vidro de Veneza com mais de 500 anos são achadas no Alasca


Um conjunto de contas de vidro venezianas foi localizado no norte do Alasca por historiadores e os itens podem se tornar os produtos manufaturados europeus mais antigos já localizados nas Américas - antes mesmo de Cristóvão Colombo chegar ao continente em 1492.





Segundo uma matéria publicada pelo "American Antiquity", o arqueólogo do Bureau of Land Management, Robin Mills, e o arqueólogo da Universidade do Museu do Alasca do Norte, Michael Kunz, efetuaram um teste de datação de carbono-14 em traços de barbante encontrados em três das 10 pequenas "perolas" e constataram que elas foram produzidas entre 1397 e 1488.

A descoberta surpreendeu pela idade e pela distância, já que Veneza e a região da descoberta estão distantes cerca de 16 mil quilômetros. No entanto, o uso das contas deve ter sido o mesmo já encontrado em outros locais do mundo: a troca delas por outros produtos.

Conforme os pesquisadores, a área onde as peças estavam é uma antiga via comercial, frequentada por gerações de inuítes como local principal para a caça de kalibu e a pesca de trutas. As duas primeiras contas venezianas foram encontradas entre as décadas de 1950 e 1960 por William Irving, da Universidade de Wisconsin.





Mills e Kunz decidiram retomar a investigação na área, que sofre com um grande processo de erosão. Ao fazer novas escavações, encontraram as demais pérolas e fragmentos metálicos, que levaram os dois a acreditar que tratava-se de um conjunto de joias - um par de brincos e um colar. Foram esses itens que tinham a fibra natural passível de datação.

"Quase desmaiamos quando os resultados chegaram: ela voltou dizendo que era desde os 1400. Foi um grande 'uau'", destaca Kunz.

Os dois informam que acreditam que os itens tenham vindo através da rota da seda e atravessado o estreito de Bering, um caminho de comércio já conhecido com povos asiáticos, mas não com os europeus.

A arte das contas de vidro de Veneza foi reconhecida como um patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco em dezembro do ano passado. Estima-se que a técnica tenha começado por volta dos anos 1300. (ANSA).

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