No Rio de Janeiro, cidade com mais mortes (quase 20 mil desde o início da pandemia), a prefeitura alertou em nota que só tem doses suficientes para vacinar "até sábado".
"Esperamos a chegada de novas doses na próxima semana. Caso contrário, a vacinação será interrompida", afirmou.
Em outras duas cidades, São Gonçalo e Niterói, a vacinação já está suspensa há vários dias.
O mesmo ocorre com Salvador da Bahia, que interrompeu a vacinação dos profissionais da saúde e atrasou o início da vacinação de pessoas com entre 80 e 84 anos, que deveria começar nesta semana.
No estado de São Paulo, o mais rico e populoso em um país com 212 milhões de habitantes, as autoridades sanitárias também tiveram que adiar o início da vacinação para essa faixa etária até 1º de março.
"As datas foram definidas de acordo com o número de vacinas disponíveis. E não são suficientes", disse Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de São Paulo, ao Uol.
No Brasil, segundo país com mais mortes por coronavírus (236 mil), atrás dos Estados Unidos, a vacinação começou há apenas três semanas. Nos Estados Unidos, em alguns países da União Europeia e em outros países da América do Sul, como a Argentina, havia começado no final de 2020.
Até o momento, cerca de 12 milhões de doses de vacinas - a CoronaVac do laboratório chinês Sinovac e a anglo-sueca AstraZeneca - já foram distribuídas para todos os estados do Brasil e mais de 4,5 milhões de pessoas já foram vacinadas.
Segundo o jornal O Globo, 70% das doses restantes são reservadas para garantir que os já vacinados recebam a segunda dose.
A distribuição das novas doses da CoronaVac deve ser retomada no dia 23 de fevereiro, após a chegada nos últimos dias a São Paulo de suprimentos da China que permitirão a produção de mais de 17 milhões de unidades.
Mais de 2,7 milhões de doses do AstraZeneca também devem estar disponíveis em março.
Apesar dos atrasos, o ministro da Saúde garantiu na quinta-feira em audiência no Senado que toda a população será vacinada antes do final do ano e metade antes de junho.
Muito criticado pelo manejo da pandemia, o governo do presidente Jair Bolsonaro espera receber 210,4 milhões de doses da vacina AstraZeneca durante o ano e 100 milhões de CoronaVac até o final de agosto.