Jornal Estado de Minas

BUENOS AIRES

Argentina expressa 'grave preocupação' por manobras militares dos EUA no Atlântico Sul

O governo argentino manifestou sua "grave preocupação" pelas operações de um submarino dos Estados Unidos com propulsão nuclear no Atlântico Sul com o apoio britânico, segundo um comunicado da Chancelaria.



"Cabe esclarecer que a presença de naves suscetíveis de portar e empregar armamentos nucleares no Atlântico Sul contradiz a Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas", alertou o texto.

Segundo o Ministério da Defesa Argentino, trata-se de um submarino com propulsão nuclear.

A chancelaria expressou sua "grave preocupação por uma informação vinda da conta oficial do twitter do Comando Submarino Force Atlantic, pelo qual sinalizava que, recentemente, haviam operado com apoio britânico no Atlântico Sul 'demonstrando o alcance global de ambas as nações'.

"Não é a primeira vez que a Argentina marcou por outra parte a presença de uma base militar britânica nas Ilhas Malvinas, o que também é contrário a diferentes resoluções das Nações Unidas", relembrou o comunicado.

Argentina e o Reino Unido mantêm uma disputa de soberania pelas Ilhas Malvinas, pela qual batalharam em uma guerra em 1982 que terminou 74 dias depois com a rendição do país sul-americano, governado na época por uma ditadura.



A chancelaria comentou, também, que a Argentina "lamenta que quando estamos cumprindo 50 anos do Tratado de Não Proliferação Nuclear, as relações internacionais procurem seguir construindo sobre a base da extensão de suas capacidades militares".

O ministro da Defesa, Agustín Rossi, disse à imprensa que "está buscando a totalidade da informação acerca do assunto", mas declarou que o submarino "não está em águas argentinas e sim em águas internacionais".

Anteriormente, o governador da Terra do Fogo, Gustavo Melella, havia alertado por meio de sua conta no Twitter que se fosse descoberto que o submarino havia entrado em "espaços soberanos argentinos, seria um acontecimento inédito em nossa história (e) implica um ato de extrema gravidade para todos os estados da região".

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