Jornal Estado de Minas

WASHINGTON

EUA supera o meio milhão de mortos pela covid, enquanto vacinação acelera no mundo

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou nesta segunda-feira (22) que colocassem as bandeiras a meio mastro em um momento em que o país ultrapassou a cifra de 500 mil mortes por covid-19, apesar do avanço da vacinação no país e no mundo gerar otimismo.



"Eu sei como é", disse Biden sobre as muitas tragédias que superou em sua vida, em uma mensagem solene pedindo aos americanos que permaneçam vigilantes, respeitem o distanciamento social, o uso de máscara e que se vacinem.

"Peço aos americanos que lembrem de todos que perdemos e que ficaram para trás", disse o presidente.

Após o breve discurso, Biden participou de uma cerimônia no gramado da Casa Branca, onde velas foram acesas em homenagem aos mortos.

Ao lado da esposa Jill, da vice-presidente Kamala Harris e seu marido Doug Emhoff, Biden respeitou um minuto de silêncio e, antes de voltar a entrar na Casa Branca, se benzeu.

Minutos antes, marcando o pôr do sol, as bandeiras de todos os prédios federais, incluindo as embaixadas, foram colocadas a meio mastro.

- Sinais de progresso -

Ao contrário de seu antecessor, o republicano Donald Trump, que muitas vezes procurou minimizar a doença, Biden fez do combate à pandemia sua prioridade. O presidente alertou que o número de vítimas nos Estados Unidos pode ultrapassar 600.000.



Apesar das dramáticas perdas, a tendência no país - que anunciou sua primeira morte em fevereiro do ano passado - é de forte queda.

Rochelle Walensky, diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a agência federal de supervisão de saúde pública, informou que as mortes nos Estados Unidos estão em seu nível mais baixo desde dezembro, com uma queda de 39% na média dos últimos sete dias de novos casos diários.

Também houve boas notícias de um estudo da Universidade de Edimburgo que descobriu que as vacinas da Pfizer e AstraZeneca levaram a uma "diminuição substancial" nas admissões por covid-19 em hospitais escoceses.

- Máscaras até 2022 -

No mundo, o número de mortos se aproxima dos 2,5 milhões. Os países com mais mortos depois dos Estados Unidos são o Brasil, México, Índia e Reino Unido.

O primeiro-ministro Boris Johnson revelou nesta segunda-feira um plano "prudente" e "progressivo" para retirar a Inglaterra do confinamento imposto no início de janeiro, após uma explosão de casos ligados à variante britânica do coronavírus.

O retorno dos alunos às escolas está previsto para 8 de março e as vendas no varejo não essenciais a partir de 12 de abril. Em 17 de maio será possível assistir a jogos esportivos e demais restrições de distanciamento social devem ser retiradas em 21 de junho.



Na Alemanha, apesar dos temores de uma terceira onda relacionada à variante britânica, as escolas reabriram após um fechamento de dois meses.

Ainda assim, é improvável que haja uma data final clara para os riscos de contágio de um vírus facilmente transmissível.

O principal conselheiro de saúde de Biden, Anthony Fauci, lembrou que os americanos podem ter que usar máscaras até 2022.

- Reprimir "vozes dissonantes" -

A Índia, o segundo país mais afetado do mundo em termos de infecções, ultrapassou um limiar desolador ao registrar seus 11 milhões de casos.

Novas restrições às reuniões entraram em vigor no estado ocidental de Maharashtra, lar da capital financeira do país, Mumbai, que registrou quase 52.000 mortes desde o início da pandemia.

O Serum Institute of India, maior fabricante mundial de vacinas, pediu aos países que aguardam fornecimento que sejam "pacientes", depois que o governo pediu prioridade à demanda interna.



Na capital, Nova Délhi, a vendedora de vegetais Radhekrishna Negi refletiu o sentimento de toda a humanidade quando disse à AFP: "estou farta do coronavírus."

O secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou nesta segunda-feira que a pandemia esteja sendo utilizada por alguns países, que ele não mencionou, para calar "vozes contrárias" e silenciar a mídia.

- Críticas da OMS -

Nos Estados Unidos, mais de 63,1 milhões de pessoas já receberam as vacinas autorizadas até agora (Pfizer/ BioNTech e Moderna), das quais 18,8 milhões já receberam as duas doses exigidas, segundo dados do CDC, centro federal de vigilância de saúde pública.

Os Estados Unidos podem ter uma terceira vacina licenciada até o final da semana, a da Johnson & Johnson, sobre a qual um comitê deve emitir um parecer consultivo na sexta-feira.

Na América Latina, a segunda região do mundo mais atingida pela pandemia depois da Europa, o Paraguai lançou seu plano de imunização com a vacina russa Sputnik V.



"Hoje é um dia histórico", disse o ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, que aplicou a primeira dose na enfermeira Mirian Arrúa em um hospital nos arredores de Assunção.

Na Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007 e bloqueado por Israel, as vacinações começaram após o embarque de cerca de 20 mil doses da Sputnik V dos Emirados Árabes Unidos e da Autoridade Palestina na Cisjordânia.

A Austrália também iniciou a vacinação em meio ao ceticismo de muitos.

Cerca de 208,2 milhões de doses já foram aplicadas no mundo, segundo dados oficiais compilados pelo projeto Our World in Figures, da Universidade de Oxford.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) criticou, por sua vez, os países ricos por acumularem vacinas contra a covid, impedindo que os imunizantes cheguem às nações mais pobres.

Países como os Estados Unidos contribuíram com dinheiro de compras para abastecer os países mais desfavorecidos, mas a OMS informou que os fundos são inúteis se as vacinas não estiverem disponíveis.

"Ter o dinheiro não significa nada se você não puder usá-lo para comprar vacinas", ressaltou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

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