Jornal Estado de Minas

Extinto desde 1930, tigre-da-Tasmânia pode ter sido encontrado na Austrália

Por mais 90 anos, acreditava-se que o Tigre-da-Tasmânia estava extinto. Com sua pelagem macia que variava entre marrom-amarelado e o cinza, mas sempre com listas escuras, o animal tinha a aparência que lembrava uma mistura de cães, cangurus e tigres. Uma peça única na natureza!

Apesar da caça pelo tigre-da-tasmânia sempre existir, a prática se intensificou durante o século XIX.




 
Doenças e a invasão do homem ao habitat natural potencializaram a extinção. O último registro em imagem do “tigre” foi feito em 1932, ou era o que pensávamos.

Em um vídeo emocionante, o presidente do Thylacine Awareness Group of Australia (Grupo de Conscientização sobre ‘tigre-da-Tasmânia’ da Austrália ou, em sigla, TAGOA), Neil Waters, contou, em um vídeo no YouTube, nesta segunda-feira (22/02), que viu um tigre-da-tasmânia em um Bushland na Tasmânia.
 
Com uma cerveja na mão, enquanto andava em um campo aberto, Neil relatou: “Nos últimos dez dias, eu provavelmente agi um pouco estranho para todo mundo no grupo e online. Mas é porque eu estava checando os cartões de memória SD e eu encontrei algumas fotos que eram muito boas.(...) Algumas testemunhas especialistas em caninos e felinos também sabem o que as imagens são. Eu deixei as fotos com Nick Mooney, do Museu e Galeria de Arte da Tasmânia, em Hobart, para ele analisar”.    

Apesar de não mostrar o animal no vídeo, Neil afirma que vai lançar a foto na próxima segunda-feira (01/03). “Segurem seus chapéus, amigos!”, escreveu o presidente na legenda do vídeo como uma forma de dizer ‘aguarde ansiosamente’. 

“Eu posso dizer que têm três animais. Nós, eu e a comunidade, acreditamos que na primeira imagem temos a mãe. Na segunda imagem, sabemos que é um filhote pois é muito pequeno. E a terceira imagem é o pai”, explicou Neil no vídeo, enquanto sorria.





Water explicou como identificou o tigre-da-tasmânia a partir das fotos: “O filhote não é ambíguo! O bebê têm listras, um rabo rígido, pelos grossos, as cores certas, quadruple, entroncado e os formatos corretos das orelhas”.

O presidente da TAGOA disse que deve esperar uma confirmação, ou negação, do especialista. “Eu fiz a coisa certa de dar a oportunidade para o Museu olhar as imagens primeiro e me dizer o que eles acham”, afirmou. “Em breve, saberemos”, disse esperançoso. 

Veja o vídeo completo em inglês:



Conheça o animal:

 
Conhecido como “o maior marsupiais carnívoro dos tempos modernos”, o tigre-da-Tasmânia, ou lobo-da-tasmânia, era da mesma infraclasse de mamíferos que Gambás e Cangurus, por exemplo, e foi o último membro do gênero, Thylacinus (tilacino).





Nativo da Austrália, o “tigre” foi extinto em terras australianas antes mesmo da colonização europeia. Porém, o animal conseguiu sobreviver na ilha das Tasmânia com outras espécies endêmicas, que são grupos de taxonômicos que se desenvolveram em uma área restrita, como o diabo-da-tasmânia, por exemplo. 

Cerca de 2000 anos depois, fatores como doenças e ocupação humana no habitat natural do lobo, diminuíram a população de tigre-da-tasmânia. Mas, a intensa caça com recompensas potencializou a extinção, no século XIX. O último tigre-da-tasmânia morreu, oficialmente, em  7 de setembro de 1936 no  Zoológico de Hobart, na Tasmânia. 

Em 2020, o site de notícias ambientais Mongabay publicou um vídeo antigo de um tigre-da-tasmânia que “nunca havia sido visto antes”. Segundo a reportagem, a gravação foi feita por volta de 1935 e restaurada. Assim, é possível ter uma ideia de como é o tigre-da-tasmânia. 





Não é a primeira vez que o tigre “aparece”

Em 2018, ciclistas reportaram às autoridades australianas que viram um animal “diferente”. No ano seguinte, outras pessoas contaram ter visto o mesmo animal e, após uma pesquisa, falaram para as autoridades que era um tigre-da-tasmânia.

Entre 1910 e 2019, mais 1200 alegações de pessoas terem visto o tigre-da-tasmânia foram coletadas e analisadas pelo ecologista de mamífero, Barry Brook, que trabalha na Universidade da Tasmânia. Barry e colegas de trabalho criaram a Tasmanian Thylacine Sighting Records Database (Base de Dados de registros do tigre-da-tasmânia). 

Segundo a pesquisa de Brook, é possível que tigre-da-tasmânia tenha sobrevivido. Assim, os pesquisadores acreditam que a ciência pode ser usada para encontrar animais dessa espécie e evitar a extinção.
 
*Estagiária sob supervisão so subeditor Eduardo Oliveira