Jornal Estado de Minas

LONDRES

Traficantes de drogas do Reino Unido se adaptam ao confinamento

Os usuários de drogas no Reino Unido tiveram poucos problemas com abastecimentos no primeiro confinamento, com cerca de um em cada dez comprando o produto desejado pela 'darkweb', de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira (25).



O estudo, realizado pela associação especializada Release com as 2.621 respostas coletadas online entre 9 de abril e 17 de setembro de 2020, abrange o primeiro dos três confinamentos impostos no Reino Unido desde o início da pandemia da covid-19.

A maconha representa 70% das compras e a cocaína 9%. 43% das pessoas que responderam ao questionário afirmam que o seu consumo aumentou durante este confinamento, enquanto para 36% não mudou e para 21% diminuiu.

"No início do confinamento, muitos pensavam que o mercado de drogas seria muito afetado pelo fechamento da fronteira e pela ordem de ficar em casa", informou Judith Alrdige, a principal autora do estudo.

Mas "a maioria dos usuários não teve problemas em encontrar um provedor ou o produto que procurava", acrescentou.

No entanto, surgiram dificuldades durante a flexibilização das restrições e o levantamento do confinamento devido à alta dos preços, o que parece refletir "dificuldades de abastecimento que começam a afetar o mercado".

Um em cada dez compradores revelou comprar pela 'darkweb', uma parte escura da internet que não é indexada pelos mecanismos de pesquisa, um modo de compra que 13% deles afirmam ter usado pela primeira vez.

Também parece que a maioria dos traficantes aplicou medidas de distanciamento. "Também vimos vendedores adotarem medidas semelhantes às adotadas por empresas jurídicas para prevenir a transmissão do vírus", explicou Laura Garius, coautora do estudo.

Alguns aceitam transferências ou pagamentos por PayPal e outros higienizam o dinheiro.

No primeiro confinamento, 62% dos traficantes respeitaram as medidas de distanciamento, 38% usaram luvas, 31% máscara e 30% modificaram as embalagens.

O estudo também conclui que, durante o confinamento, overdoses, o número de seringas compartilhadas e dificuldades de abstinência aumentaram.

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