Os reguladores dos Estados Unidos aprovaram formalmente neste domingo (28/2) a vacina de injeção única da Johnson & Johnson contra o coronavírus, a terceira a ser autorizada no país.
Essa vacina terá potencialmente um alcance ainda maior na luta global contra o coronavírus pois por funcionar com dose única. Mais de 800 milhões de doses foram encomendadas pelo mundo.
Os testes descobriram que ele evitou doenças graves, mas foi 66% eficaz no geral quando casos moderados foram incluídos.
A vacina é fabricada pela empresa belga Janssen, controlada pela Johnson & Johnson. A empresa concordou em fornecer aos EUA 100 milhões de doses até o final de junho. As primeiras doses podem estar disponíveis para o público dos EUA já na próxima semana.
O Reino Unido, a União Europeia e o Canadá também solicitaram o imunizante, e 500 milhões de doses também foram encomendadas por meio do esquema Covax para abastecer as nações mais pobres.
O Brasil não possui acordos para compra da vacina da Johnson & Johnson.
O presidente Joe Biden saudou a aprovação como "uma notícia empolgante para todos os americanos e um desenvolvimento encorajador", mas advertiu que "a luta está longe do fim".
"Apesar de celebrarmos as notícias de hoje, peço a todos os americanos - continuem lavando as mãos, permaneçam socialmente distantes e continuem usando máscaras", disse ele em um comunicado.
"Como já disse muitas vezes, as coisas ainda devem piorar novamente à medida que novas variantes se espalham e a melhoria atual pode ser revertida."
A autorização da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA veio depois que um comitê externo de especialistas apoiou por unanimidade a vacina na sexta-feira.
Os resultados de testes conduzidos nos EUA, África do Sul e Brasil mostraram que ela é mais de 85% eficaz na prevenção de doenças graves e 66% eficaz em geral quando casos moderados foram incluídos.
Notavelmente, não houve mortes entre os participantes que receberam a vacina e nenhuma internação hospitalar após 28 dias após a vacina.
A proteção geral foi menor na África do Sul e no Brasil, onde as variantes do vírus se tornaram dominantes, mas a defesa contra doenças graves ou críticas era "similarmente alta".
Foram encomendadas:
- União Europeia - 200 milhões de doses
- EUA - 100 milhões de doses
- Canadá - 38 milhões de doses
- Reino Unido - 30 milhões de doses
- Nações Covax - 500 milhões de doses
No Brasil, o Plano Nacional de Operacionalização de Vacinação contra a Covid-19, elaborado em dezembro pelo governo federal, citava a expectativa de obter 38 milhões de doses dessa vacina a partir do segundo trimestre, mas por enquanto isso está estipulado apenas por um memorando de entendimento - nenhuma compra foi de fato efetivada.
Dose única
O fato de funcionar em dose única e poder ser guardada em uma geladeira comum, enquanto outras precisam de armazenamento superfrio, significa que a vacina da empresa pode ter um papel significativo em todo o mundo.
"Uma vacina em dose única é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a melhor opção em cenários de pandemia", disse Paul Stoffels, diretor científico da Johnson & Johnson.
Ele acrescentou que a vacina pode "proteger potencialmente centenas de milhões de pessoas dos resultados graves e fatais da covid-19".
A meta da empresa é fabricar 1 bilhão de doses neste ano.
Produção
A vacina da Johnson & Johnson usa um vírus do resfriado comum que foi desenvolvido para ser inofensivo.
Em seguida, ela carrega parte do código genético do coronavírus para o corpo, mas de maneira segura. Isso é suficiente para o corpo reconhecer a ameaça e, então, aprender a combater o coronavírus.
O mecanismo treina o sistema imunológico do corpo para lutar contra o coronavírus quando encontra o vírus de verdade.
O processo é semelhante à abordagem usada na vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela empresa AstraZeneca.
"Um regime de dose única com início rápido de proteção e facilidade de entrega e armazenamento oferece uma solução potencial para alcançar o maior número de pessoas possível. A capacidade de evitar hospitalizações e mortes mudaria o jogo no combate à pandemia", afirmou Mathai Mammen, da empresa belga Janssen.
Os resultados são baseados em quase 44 mil pessoas que participaram dos testes, inclusive no Brasil.
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