O Uruguai iniciou sua campanha de imunização na segunda-feira passada, com 192.000 doses da CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac.
Embora o governo tenha assegurado ter capacidade para vacinar até 30.000 pessoas por dia, nos primeiros três dias foram vacinadas 52.000 e para esta quinta e sexta-feiras só se cadastraram 10.000 e 8.000 pessoas para fazê-lo, respectivamente.
"Porque a segunda dose cairá na quinta e na sexta-feira santas", afirmou Salinas em declarações à rádio Carve.
"Acho que algo disso deve estar influenciando", lamentou, contando inclusive que o Ministério da Saúde Pública (MSP) ainda não abriu a agenda de vacinação para depois da Semana Santa "porque senão as pessoas não agendavam".
Nesta primeira etapa, estão habilitados a se vacinar 143.000 trabalhadores considerados essenciais: educadores, bombeiros, policiais e militares, todos menores de 60 anos, já que a vacina chinesa não foi testada na população idosa.
Diante da lentidão da resposta da população, visto que a imunização não é obrigatória no país, o MSP decidiu abrir o universo de habilitados a se imunizar a partir da semana que vem a todas as pessoas entre 55 e 59 anos.
"Não há tempo a perder", disse Salinas.
O Uruguai foi o último país da América do Sul a receber doses de vacinas contra a covid, mas em apenas três dias alcançou 1,7% da população vacinada, muito acima de países mais populosos que iniciaram o processo semanas antes.
Até as 13h locais (e de Brasília) desta quinta, totalizava mais de 59.000 vacinados, segundo o site de monitoramento do MSP.
Na próxima quarta-feira chegarão ao país 40.000 doses da vacina da Pfizer, que irá fazendo entregas semanais até alcançar as 460.000 no fim de abril. Devido à sua eficácia maior, esta vacina será destinada ao pessoal de saúde mais exposto.
O país também espera 1,5 milhão a mais de doses da CoronaVac para 15 de março e 175.000 da AstraZeneca, que chegarão pelo mecanismo Covax, ainda sem data definida.
Também negocia com outros três laboratórios.
Depois de passar a maior parte de 2020 como modelo regional por seu bem sucedido controle da pandemia, o Uruguai sofreu no começo de novembro um forte aumento de casos.
O último registro, divulgado na quarta-feira, dá conta de 60.074 contágios e 624 mortes pela covid-19 num país de 3,4 milhões de habitantes.
MONTEVIDÉU