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Estado de Minas SEM COMPROVAÇÃO

Aposta de Bolsonaro em spray nasal é ironizada pela imprensa internacional

Especialistas de Harvard foram ouvidos e classificaram o presidente como exemplo de 'liderança fracassada'


07/03/2021 13:35 - atualizado 07/03/2021 23:04

Bolsonaro com comitiva brasileira antes de embarcar para Israel e conhecer o spray nasal (foto: Alan Santos/PR)
Bolsonaro com comitiva brasileira antes de embarcar para Israel e conhecer o spray nasal (foto: Alan Santos/PR)
Enquanto as mortes de Covid-19 aumentam no Brasil, Bolsonaro saúda um spray nasal não testado”, diz a manchete de um dos maiores jornais do mundo, o The New York Times. Na matéria, especialistas discutem o posicionamento adotado pelo presidente brasileiro durante a pandemia do novo coronavírus como exemplo de liderança fracassada.

Bolsonaro acompanhou, na manhã desse sábado (6/3), a saída da comitiva do governo a Israel, que vai conhecer o EXO-CD24, um spray nasal que está em fase inicial de testes como medicamento para a COVID-19. 
 

“Como é para ser usado em quem está hospitalizado, quem está em UTI, eu acho que não tem problema nenhum usar esse spray no nariz do cara. O que é esse spray? Não sei, mas o que acontece: esse produto, há 10 anos, estava sendo investigado, estava sendo estudado para outro tipo de vírus”, explicou o presidente.
 
Ao comentar o resultado de testes preliminares do medicamento, Bolsonaro disse que “parece que é um produto milagroso”.  De acordo com ele, o spray, que carece de estudos aprofundados, também não apresenta efeito colateral.

Na imprensa internacional, essa busca por um remédio não testado é “o mais recente erro de uma série chocantante que transformaram o Brasil em uma pandemia de advertência e um terreno fértil para mais variantes contagiosas”.
 

No NYTimes, especialistas declaram: “O Brasil está entrando para a história como um estudo de caso do que uma liderança fracassada pode fazer em uma emergência de saúde”, disse Marcia Caldas de Castro, professora da Universidade de Harvard, que estuda saúde global, “e a forma como medimos o custo está em vidas perdidas”.

Outros comportamentos de Bolsonaro criticados na matéria são referentes a atitudes ‘negacionistas’, como questionar sobre as vacinas. “A campanha de vacinação da COVID-19 no Brasil teve um início lento e caótico, porque o governo demorou para começar a negociar o acesso às vacinas, cuja segurança e eficácia Bolsonaro questionou”, relataram.

E também citaram o embate do presidente com os governantes pelo fechamento das cidades: “Enquanto os médicos lutam para fazer a triagem dos pacientes à medida que as unidades de terapia intensiva ficam lotadas, Bolsonaro renovou sua guerra com governadores e prefeitos por causa do fechamento de empresas, distanciamento social e uso de máscaras”.



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