"Temo que estejam acelerando seus planos para suplantar os Estados Unidos (...) até 2050", declarou o chefe do Comando Militar do Indo-Pacífico (Indopacom) perante uma comissão do Senado. "Temo que queiram alcançar seu objetivo antes do previsto".
"Está claro que Taiwan faz parte de suas ambições e acho que a ameaça é evidente na próxima década, de fato nos próximos seis anos", acrescentou.
Washington rompeu relações diplomáticas com Taipé em 1979 para reconhecer Pequim como único representante oficial da China, mas continua sendo o aliado mais poderoso de Taiwan e seu principal fornecedor de armas.
A China considera, no entanto, a ilha como uma província sua e ameaça recuperá-la à força em caso de uma declaração formal de independência ou intervenção estrangeira.
Após retomar o controle de Hong Kong de forma contundente, Pequim tem feito reiteradas advertências a Taipé como demonstração de força e tentativas de impedir a navegação no estreito de Taiwan, que separa os dois territórios.
A China, que também tem ambições territoriais no Mar da China Meridional (em frente ao Vietnã e às Filipinas, em particular), no Mar da China Oriental (nas ilhas Senkaku, controladas pelo Japão) e no Himalaia, em frente à Índia, ameaça, inclusive, a ilha americana de Guam, no Pacífico, destacou o almirante Davidson.
"Guam hoje é um objetivo", advertiu, lembrando que os militares chineses divulgaram no passado um vídeo promocional mostrando pilotos atacando uma base militar na ilha, 2.500 km a leste das Filipinas.
Davidson pediu aos membros do Senado que aprovassem a instalação em Guam de uma bateria antimísseis Aegis Ashore de última geração, capaz de interceptar os projéteis chineses mais potentes.
A ilha "deve ser defendida e deve estar preparara para futuras ameaças porque tenho claro que Guam não é só um lugar de onde pensamos que podemos combater", acrescentou. "Vamos ter que combater por ela".
Além de outros três sistemas de defesa antimísseis Aegis para Austrália e Japão, o almirante Davidson pediu aos congressistas que incluíssem armas ofensivas no orçamento militar de 2022 "para fazer a China saber que o custo do que tentam fazer é alto demais e para fazê-los duvidar de suas possibilidades de sucesso".
WASHINGTON