Infectologista e principal especialista no combate à pandemia de covid-19 nos Estados Unidos, Anthony Fauci comparou nesta terça-feira os desdobramentos da crise de saúde em seu país e na Austrália. Segundo ele, o país da Oceania "fez um lockdown de fato", o que permitiu uma redução grande nos casos do vírus. Já nos EUA houve medidas parciais, revistas e relaxadas de tempos em tempos, o que fez este país ter um platô elevado de casos durante muitos meses.
Fauci fez a comparação em evento virtual do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na sigla em inglês), com a presença também do professor Paul Kelly, principal autoridade médica do governo da Austrália.
Em suas colocações, Fauci alertou que os lockdowns "rotativos", alternados com relaxamento nas restrições, acabaram por manter os casos em milhares nos EUA: "Então reabríamos e os casos subiam. Isso é importante porque os vírus sofrem mutação ao se replicar: quanto mais infecções, mais mutações", advertiu.
Kelly por sua vez, também falou sobre a existência atualmente de várias cepas da doença, mais contagiosas. Segundo ele, as autoridades de saúde têm pensado no combate à covid-19 tendo em vista a necessidade de reforços na vacinação, para garantir a proteção frente a essas novas variantes. "Esta é a primeira, mas não deve ser a última vacina das pessoas contra a covid-19", comentou.
Fauci foi ainda questionado sobre o trabalho do governo americano para convencer as pessoas a se vacinarem.
Ele lembrou que há uma campanha com personalidades públicas e que as autoridades têm transmitido informações sobre a segurança e a eficácia do imunizante.
Fauci disse ainda que o próprio avanço da vacinação convencerá mais pessoas a se imunizar. "As pessoas querem voltar à normalidade", afirmou.