"Hoje estamos entrando na primeira fase do desconfinamento, que deve ser muita cuidadosa e gradual", informou o primeiro-ministro português, Antonio Costa, no Twitter.
"Não podemos correr riscos e estragar tudo", continuou.
Diante de uma explosão de casos de covid-19 após as férias de fim de ano, o que causou a saturação dos hospitais, o governo impôs um segundo confinamento geral em meados de janeiro, acompanhado uma semana depois pelo fechamento das escolas.
Após quase dois meses de fechamento dos estabelecimentos escolares, as crianças de até 9 anos puderam retornar à creche ou à escola primária nesta segunda-feira.
"É um dia de coragem, de grande responsabilidade para mostrar que é possível voltar às aulas", declarou à AFP Bruno Santos, diretor de uma escola primária da Amadora, subúrbio da zona oeste de Lisboa.
Para os alunos, este regresso ao ensino presencial é "extremamente importante para o seu futuro porque em casa, com o computador, não aprenderam muito", comentou Jéssica Madalena, aliviada por poder voltar a deixar os dois filhos na escola.
Passada a euforia dos reencontros com os colegas e os professores no pátio da escola, as medidas de restrição e de distanciamento foram respeitadas, como o uso máscaras para os mais velhos.
A entrada na escola ocorreu em várias fases, dependendo do nível de escolaridade, e todos tiveram que desinfetar as mãos várias vezes antes de se sentar em sala de aula, com apenas um aluno por mesa.
Para apoiar esse retorno às aulas, o governo vai contar com a implantação de exames em massa nas escolas. Os funcionários das escolas também foram designados como um novo grupo prioritário a ser vacinado contra a covid-19. Sua vacinação, que deveria começar neste fim de semana, foi adiada após a decisão tomada na noite de segunda-feira de suspender a administração da vacina AstraZeneca.
De acordo com o plano de desconfinamento divulgado na última quinta-feira, a ordem para ficar em casa só será suspensa depois do fim de semana da Páscoa, em três semanas, quando será possível reabrir monumentos e museus.
Escolas de ensino médio, universidades e salas de espetáculos terão que esperar até 19 de abril, enquanto restaurantes e academias só reabrirão no início de maio.
Depois de apresentar uma média móvel de quase 13 mil novos casos por dia no final de janeiro, Portugal teve registrou menos de 600 casos no domingo pela primeira vez desde meados de setembro.
E o número de doentes hospitalizados caiu neste fim de semana abaixo da marca de 1.000 pacientes pela primeira vez desde meados de outubro.
ASTRAZENECA