Jornal Estado de Minas

GENEBRA

ONU denuncia desaparecimento de centenas de pessoas em Mianmar

Centenas de pessoas desapareceram em Mianmar desde o golpe de Estado de 1º de fevereiro, e pelo menos 149 foram assassinadas - informou a ONU nesta terça-feira (16).



De acordo com a porta-voz do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, "centenas de pessoas que foram detidas ilegalmente continuam desaparecidas, sem que as autoridades militares reconheçam, o que equivale a desaparecimentos forçados".

"É cada vez mais difícil confirmar as informações, sobretudo, com a imposição da lei marcial em vários municípios de Yangon e Mandalay e arredores", já que "as comunicações foram bloqueadas pelo Estado em algumas áreas onde pessoas foram assassinadas, ou deslocadas", acrescentou a porta-voz.

"Conseguimos confirmar, porém, que pelo menos 149 pessoas foram privadas de suas vidas de forma arbitrária desde 1º de fevereiro", com 11 pessoas mortas na segunda-feira, 39 no domingo e 18 no sábado, afirmou, em uma entrevista coletiva da ONU em Genebra.



O balanço de mortos aumentou consideravelmente nos últimos três dias, e a junta parece decidida a reprimir os protestos, apesar das condenações internacionais.

"Estamos profundamente preocupados com o fato de que a repressão continue se intensificando e voltamos a pedir aos militares que parem de matar e de prender os manifestantes", disse a porta-voz.

"Pelo menos cinco pessoas morreram sob custódia nas últimas semanas, e os corpos de pelo menos duas vítimas mostravam sinais de graves abusos físicos, indicando que foram torturadas", frisou.

Prisões e encarceramentos continuam em todo país, com mais de 2.084 pessoas "detidas arbitrariamente" no presente momento, segundo o Alto Comissariado.

De acordo com a mesma fonte, ao menos 37 jornalistas foram presos, 19 dos quais seguem detidos arbitrariamente.

audima