"A situação no Brasil é um alerta de que manter este vírus sob controle requer atenção contínua das autoridades e líderes de saúde pública para proteger as pessoas e os sistemas de saúde do impacto devastador deste vírus", declarou a diretora da OPAS, Carissa Etienne.
O Brasil é o segundo país do mundo com mais vítimas mortais da pandemia depois dos Estados Unidos, com um total acumulado de 282.127 mortes e 11,6 milhões de casos desde que a doença foi registrada pela primeira vez em dezembro de 2019 na China.
Etienne disse que o gigante sul-americano registra atualmente o maior número de novos casos na região da América Latina.
"Várias áreas do Brasil estão vivenciando um nível recorde de infecções e os leitos dos hospitais estão quase em sua capacidade máxima em mais da metade dos estados brasileiros", alertou.
A diretora da OPAS - escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) - enfatizou a importância de responder ao aumento dos casos com a implementação imediata de medidas para desacelerar a transmissão do vírus.
Sylvain Aldighieri, gerente de incidentes da OPAS, observou que a situação atual no Brasil é o resultado de uma nova disseminação do vírus durante os feriados de final de ano e carnaval.
"Durante esses períodos, a implementação de medidas de saúde pública no Brasil foi subótima na maior parte do país, desencadeando o aumento da transmissão e expansão geográfica", afirmou.
Aldighieri explicou que ao contrário da onda pandêmica de 2020, "o que temos agora é um aumento simultâneo em todas as regiões do Brasil".
"É importante mencionar, no contexto da circulação de pelo menos três variantes preocupantes na região, que as medidas de saúde pública, quando aplicadas estritamente, funcionam contra as variantes. É muito importante", acrescentou.
O presidente Jair Bolsonaro menospreza desde o início da pandemia as medidas de saúde pública recomendadas, como o uso de máscara e o distanciamento social.
Além disso, questiona a eficácia e segurança das vacinas anticovid-19 e criticou as medidas de confinamento devido ao seu impacto econômico.
Especialistas apontam que o rápido aumento da pandemia no Brasil poderia deixar em breve cerca de 3.000 mortes diárias e elevar o balanço total de mortos pra 500.000 ou 600.000 antes da generalização das vacinas.