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Estado de Minas BRUXELAS

Ocidente enfurece China com sanções por repressão a uigures


22/03/2021 17:04 - atualizado 22/03/2021 17:17

União Europeia (UE), Estados Unidos, Reino Unido e Canadá puniram nesta segunda-feira funcionários chineses pela repressão à minoria muçulmana uigur, o que provocou a reação imediata de Pequim, que revidou com sanções contra parlamentares e acadêmicos europeus.

A UE iniciou pela manhã a onda de medidas restritivas coordenadas que aumentam a pressão sobre Pequim, com a publicação, em seu Diário Oficial, do nome de quatro funcionários da região autônoma chinesa de Sinkiang que foram alvo de punição. As sanções, aprovadas pelos chanceleres dos 27 países europeus, reunidos em Bruxelas, são as primeiras que o bloco adota contra funcionários da China desde a repressão sangrenta na Praça da Paz Celestial, em 1989.

O governo chinês publicou uma lista de 10 cidadãos europeus e quatro entidades que foram alvo de sanções, em represália pela "interferência grosseira" em assuntos internos, anunciou a chancelaria chinesa. Horas depois, os governos de Estados Unidos, Canadá e Reino Unido anunciaram medidas semelhantes às europeias.

- Reação -

"Esse gesto, baseado em nada mais do que mentiras e desinformação, descarta e distorce fatos", além de afetar a relação entre UE e China, assinalou a chancelaria chinesa. O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, declarou que as medidas de reciprocidade anunciadas pela China são inaceitáveis e reiterou a determinação do bloco em relação à defesa dos direitos humanos. "Em vez de mudar suas políticas e atender às nossas preocupações legítimas, a China, mais uma vez, volta-se para o outro lado."

A UE puniu o ex-secretário do Comitê de Assuntos Políticos e Legais de Sinkiang, além de outros três funcionários da região autônoma. Bruxelas incluiu na lista de sanções o Corpo de Produção e Construção de Sinkiang, considerado um grupo paramilitar na região uigur. Já a lista de punidos pela China inclui cinco eurodeputados e o acadêmico alemão Adrian Zenz.

O governo da Holanda convocou o embaixador chinês no país, após sanções chinesas contra o deputado Sjoerd Sjoerdsma, classificando a decisão da China como uma "resposta totalmente injustificada", segundo o primeiro-ministro, Mark Rutte. A França também criticou as sanções de Pequim, bem como as declarações da embaixada chinesa sobre um pesquisador e parlamentares franceses. Paris anunciou que irá convocar o embaixador.

- Ação coordenada -

O chanceler britânico, Dominic Raab, afirmou que a China é culpada pela esterilização forçada de mulheres uigures, vigilância generalizada da minoria muçulmana e "a maior prisão em massa de um grupo étnico ou religioso desde a Segunda Guerra Mundial".

Para a UE, a escalada súbida da tensão acontece em um momento delicado, já que as partes fecharam recentemente um acordo sobre a proteção de investimentos negociado arduamente por sete anos e que ainda deve ser ratificado pelo Parlamento Europeu.

Outras sanções anunciadas hoje pela UE incluem o general Min Aung Hlaing, chefe da junta militar em Mianmar, por "sabotar a democracia e o Estado de Direito" naquele país asiático. Também foram punidos dois funcionários da região russa da Chechênia.

Os chanceleres europeus discutiram, ainda, as relações com a Turquia, tema que será debatido esta semana pelos líderes do bloco em uma reunião de cúpula virtual.


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