Jornal Estado de Minas

RAMALLAH

Israel retira salvo-conduto de ministro palestino após reunião com procuradora do TPI

O governo palestino afirmou nesta segunda-feira (22) que Israel retirou o salvo-conduto de seu ministro das Relações Exteriores, depois que este se reuniu com a procuradora-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI), Fatou Bensouda.



O TPI, sediado em Haia, abriu neste mês uma investigação pelos supostos crimes de guerra cometidos por Israel nos Territórios Palestinos.

O ministro das Relações Exteriores palestino, Riyad Al-Maliki, se reuniu com Bensouda na quinta-feira.

No entanto, ao voltar para a Cisjordânia ocupada no domingo, teve seu "cartão VIP" retirado, segundo o governo palestino. Este cartão é uma identificação entregue aos funcionários palestinos para facilitar a passagem pelos postos de fronteira controlados por Israel.

O primeiro-ministro palestino, Mohamed Shtayyehm, condenou o "assédio" contra Maliki e sua equipe "em seu retorno de uma reunião com a procuradora" do TPI.

Shin Bet, a agência de segurança israelense, recusou fazer comentários, mas fontes israelenses que pediram o anonimato explicaram à AFP que o passe foi retirado de Mailiki porque ele tentou "prejudicar" o Estado israelense ao se reunir com a procuradora do TPI.

O TPI, o único tribunal permanente do mundo para os crimes de guerra, foi criado em 2002 para julgar os piores crimes do planeta quando os tribunais locais não quiserem intervir. Não aponta contra governos ou Estados, mas contra pessoas.

Segundo Bensouda, sua investigação vai analisar a situação na Faixa de Gaza (submetida a um bloqueio israelense), na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental desde 2014.

Os palestinos, que fazem parte do TPI desde 2015, aplaudiram a iniciativa, mas Israel, que não é membro do tribunal, a condenou firmemente.



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