O governo do presidente americano Joe Biden disse que criará instalações adicionais para imigrantes depois da divulgação de imagens de um centro de detenção no Texas com crianças amontoadas em salas improvisadas e lotadas.
As fotos são as primeiras a mostrar as condições dentro de tais instalações desde que Biden assumiu o cargo.
Críticos culpam Biden pelo aumento da migração ilegal para os EUA. Desde que assumiu o cargo, em janeiro, o novo presidente removeu algumas das restrições para quem entra nos EUA, introduzidas por seu antecessor, Donald Trump.
A gestão Biden reverteu a política de rejeitar crianças desacompanhadas na fronteira, optando por colocá-las em famílias que aceitarem recebê-las nos EUA.
Na segunda-feira (22/03), a secretária de Imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse que o governo dos EUA está trabalhando para fornecer mais acomodações para quem chegar "nos próximos dias e semanas".
"Lugares onde as crianças possam ter acesso a cuidados de saúde, a recursos educacionais — até mesmo recursos legais", disse ela.
Seus comentários vieram depois que fotos de crianças na instalação em Donna foram divulgadas pelo congressista democrata do Texas Henry Cuellar, também na segunda-feira (22/03).
As fotos, que teriam sido tiradas no fim de semana, também levantaram preocupações sobre uma possível falta de distanciamento social durante a pandemia do coronavírus.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA recomendam que as pessoas permaneçam a 2 metros de distância umas das outras para ajudar a prevenir a propagação de infecções pelo coronavírus.
Cuellar disse que os alojados no centro foram divididos entre oito "salas" de plástico superlotadas.
Os ativistas também dizem que as pessoas alojadas no local não têm acesso adequado a sabão ou comida.
"Essas fotos mostram o que já dissemos há muito tempo, que essas instalações de fronteira não são lugares feitos para crianças", disse Psaki. "Eles não são lugares onde queremos que as crianças fiquem por um longo período de tempo."
Ela disse que a alternativa era mandar as crianças de volta "nesta jornada traiçoeira — essa não é, em nossa opinião, a escolha certa a fazer".
Os jornalistas não foram autorizados a entrar nos centros de detenção desde que Biden assumiu o cargo, embora a Casa Branca tenha afirmado que eles poderiam fazê-lo.
Advogados que representam as crianças e legisladores que visitaram as instalações as descrevem como superlotadas.
O número de menores desacompanhados na fronteira aumentou intensamente nos últimos meses.
O governo dos EUA disse que deseja trabalhar com o México e a Guatemala para resolver as causas do problema, que incluem a pobreza e a violência generalizadas na América Central.
A secretária de Imprensa da Casa Branca disse que há uma preocupação especial com o número crescente de crianças desacompanhadas que chegam às travessias da fronteira dos EUA e que seu bem-estar é uma prioridade.
"Crianças que se apresentam em nossa fronteira que estão fugindo da violência, que estão fugindo da perseguição, que estão fugindo de situações terríveis. Isso não é uma crise", disse ela.
"Sentimos que é nossa responsabilidade abordar essa situação com humanidade e garantir que elas sejam tratadas (...) e colocadas em condições seguras."
Houve um grande fluxo de chegadas à fronteira sul dos EUA desde que Biden assumiu o cargo, incluindo centenas de crianças desacompanhadas que estão presas em centros de detenção de imigrantes dos EUA.
Desde janeiro, o presidente ordenou a reunificação das crianças migrantes com suas famílias, encerrou a construção do muro da fronteira de Trump e pediu a revisão dos programas de imigração legal encerrados pelo ex-presidente.
Enquanto estava no cargo, Trump enfrentava críticas sobre as condições nas instalações de fronteira com crianças. Algumas instalações da era Trump — agora renovadas e atualizadas — estão sendo usadas novamente.
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