"Todas as normas de segurança indicam que em caso de guerra, em caso de epidemia, deve ser estabelecido um círculo epidemiológico no qual se apoie o círculo próximo à presidência", disse Moreno durante visita a um hospital em Guayaquil (sudoeste) para conferir o andamento da campanha de vacinação.
O governo admitiu na sexta-feira passada que as autoridades "consideradas pessoal da linha de frente sob os cuidados" do presidente foram imunizadas. Moreno, de 67 anos e que sofre de paraplegia, e a esposa também foram vacinados.
"Devido à minha deficiência existem normas muito claras, protocolos da convenção das Nações Unidas para a proteção dos direitos das pessoas com deficiência que foram aplicadas. É simples assim. Não há razão para ficar escandalizado", acrescentou o presidente.
O líder equatoriano tem uma paraplegia que o impede de andar, em consequência de um tiro recebido durante um assalto em 1998.
Jorge Wated, Secretário-Geral de Gabinete da Presidência, especificou que sete ministros e ex-ministros foram vacinados com as primeiras doses que o país recebeu. Entre os funcionários vacinados estão dois ex-chefes da pasta da Saúde e os ministros da Defesa, Turismo, Habitação, Economia e Energia.
De acordo com o plano anunciado pelo governo, as primeiras vacinas seriam aplicadas em profissionais de saúde que atuam na linha de frente e em pacientes em centros geriátricos.
O Equador, com 17,4 milhões de habitantes, registra mais de 313.000 casos e 16.500 mortes por covid-19.
O escândalo da aplicação de vacinas no Equador estourou quando o ex-ministro Juan Carlos Zevallos reconheceu que sua mãe, 87 anos, e "vários" parentes seus foram vacinados contra o coronavírus. Isso levou a uma investigação do Ministério Público pelo alegado crime de tráfico de influência.
Acadêmicos e veteranos políticos, jornalistas e líderes esportivos também foram vacinados.
O governo Moreno, que termina no dia 24 de maio, afirma que negociou a compra de 20 milhões de doses de vacinas anticovid com laboratórios como a aliança alemão-americana a chinesa Sinovac e a britânica AstraZeneca para imunizar 10 milhões de pessoas.
Até agora, cerca de 140.700 pessoas receberam pelo menos a primeira dose da vacina contra o coronavírus.