O jovem de 26 anos passou os dias anteriores ao ataque ouvindo discursos de pregadores extremistas no YouTube e no TikTok contra a França e o "Charlie Hebdo", de acordo com o jornal Le Parisien, citando fontes policiais.
"Não conseguia comer. Chorava vendo os vídeos", disse Zaheer Hassan Mahmoud aos investigadores.
Semanas antes, a revista satírica voltou a publicar charges do profeta Maomé, consideradas blasfemas por muitos muçulmanos, devido ao início do julgamento do atentado de 2015 em suas redações.
Mahmoud explicou que não sabia que a revista havia mudado de sede depois do ataque de 2015 e supôs que as duas pessoas que esfaqueou na rua eram funcionários de lá, disse o jornal.
As duas vítimas, que trabalhavam para uma produtora de televisão sem vínculos com "Charlie Hebdo", ficaram gravemente feridas.
Natural da cidade de Kothli Qazi, na província de Punyab, Mahmoud entrou na França com documentação falsa. Nela, aparecia como menor desacompanhado, o que lhe permitiu solicitar asilo.
Em setembro passado, grupos islâmicos organizaram manifestações no Paquistão contra o "Charlie Hebdo", e o presidente francês, Emmanuel Macron, que defendeu a liberdade de expressão e a blasfêmia, legal na França.
A blasfêmia é um ato criminoso no Paquistão, onde as leis permitem a pena de morte para quem insultar o Islã.
Os investigadores encontraram um vídeo enviado por ele a um amigo um dia antes de seu ataque, no qual pedia a decapitação dos blasfemos. Nesse mesmo dia, recebeu uma ligação da Grécia que parecia se referir a um ataque premeditado.
A Justiça francesa o acusa de "tentativa de assassinato em conexão com uma empresa terrorista".
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