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Estado de Minas BENGASI

Líder miliciano líbio Mahmoud al Werfalli é morto em Bengasi


24/03/2021 18:23 - atualizado 24/03/2021 18:25

O líder miliciano líbio Mahmoud al Werfalli, alvo de duas ordens de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), foi morto a tiros nesta quarta-feira (24) quando estava em seu carro em Bengasi (leste), informou uma fonte dos serviços de segurança.

Membro das forças leais ao marechal Khalifa Haftar, líder do autoproclamado Exército Nacional Líbio (ANL), Werfalli foi "morto junto com seu primo, depois que homens armados não identificados atiraram contra seu carro no centro de Bengasi", declarou esta fonte, que pediu para ter sua identidade preservada.

Os dois ficaram gravemente feridos e morreram ao dar entrada no hospital de Bengasi, perto do local do ataque, informou outra fonte.

Al Werfalli foi indiciado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por "crimes de guerra, tortura, tratamento cruel, crimes contra a humanidade e outros crimes desumanos".

O militar de 43 anos foi acusado de ter ordenado ou realizado pessoalmente a execução de 33 pessoas entre 2016 e 2017.

Conhecido por suas execuções sumárias de prisioneiros políticos, ele também teria executado pessoalmente dez pessoas em frente a uma mesquita em Bengasi, em janeiro de 2018, segundo o TPI.

O marechal Haftar o promoveu a tenente-coronel em julho de 2019, após ter servido como comandante.

"Essa promoção envia uma mensagem clara de que Khalifa Haftar não tem intenção nenhuma" de entregá-lo à justiça, declarou o procurador-geral do TPI, Fatou Bensouda.

Recentemente, Werfalli apareceu em um vídeo atacando violentamente o chefe de uma concessionária de automóveis em Bengasi, imagens que causaram uma grande polêmica na Líbia.

O país está um caos desde a queda, em 2011, do regime de Muammar Kadhaffi, com seu território dividido e controlado por dois governos paralelos rivais no leste e no oeste.

Os combates cessaram no verão de 2020 e desde o outono está em vigor um cessar-fogo. Recentemente, um novo governo unificado foi formado para administrar a transição até a realização das eleições em dezembro.

No entanto, a situação de segurança em Bengasi, a segunda maior cidade da Líbia e berço da revolta de 2011 contra Kadhaffi, continua precária.


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