As tentativas desta sexta-feira (26) foram em vão e o "Ever Given" continuava preso desde a terça-feira no Canal de Suez, segundo a empresa Bernhard Schulte Shipmanagement (SPM), com sede em Singapura e responsável pela gestão técnica da embarcação.
"Em relação a todas as operações de resgate que pude realizar, isso parece ser desconcertantemente simples", disse à AFP o ex-comandante Yvon Mounes, especialista em operações de reboque e responsável pelas ações de resgate do armador Les Abeilles.
"É claro que você tem o bulbo da proa na areia, mas isso não é realmente um problema", explicou ele. "A areia é removida e o navio flutua naturalmente!"
A princípio, o navio não ficaria danificado, porque naquela área não há pedras, segundo ele.
O "Ever Given" "não está apenas encalhado na areia na superfície, mas também preso dentro da costa", disse à AFP Plamen Natzkoff, especialista da consultoria VasselsValue.
"Será necessário cavar onde o navio está preso, para que ele possa se mover novamente. E isso, claramente, é um grande trabalho", disse Natzkoff.
Para isso, segundo o especialista, serão necessárias escavadeiras para cavar na costa e dragas para sugar a areia debaixo do barco. Em seguida, os rebocadores podem intervir.
"O Egito tem capacidade para fornecer a mão de obra necessária. Mas está claro que este é um grande desafio logístico e que levará tempo", afirmou.
As equipes de resgate devem se apressar para aproveitar a maré alta da noite de domingo. "Se eles não conseguirem desbloqueá-lo, a próxima maré alta só chegará nos próximos quinze dias e isso pode ser problemático", acrescentou.
Para domingo, está prevista a implantação de mais dois rebocadores, entre 220 e 240 toneladas, explicou a Bernhard Schulte Shipmanagement.
Mas ninguém sabe prever com certeza quanto tempo durarão as operações.
Um funcionário da empresa holandesa Smit Salvage, que foi chamada para resgatar o navio, disse na quarta-feira que pode levar "dias ou até semanas" para liberar o "Ever Given".