O Butantan é o maior produtor de vacinas do Brasil e fabrica a CoronaVac da chinesa Sinovac - a mais utilizada contra a pandemia no país.
Em uma coletiva de imprensa, nesta sexta-feira(26), o diretor do instituto, Dimas Covas, e o governador de São Paulo, João Doria, deram mais detalhes sobre a chamada 'Butanvac'.
A ButanVac também será produzida na Tailândia e no Vietnã e distribuída para os países mais pobres.
"Os resultados dos testes pré-clínicos foram excelentes", disse o diretor do Butantan, Dimas Covas.
A vacina precisa ser autorizada pela Anvisa, antes de iniciar os ensaios clínicos em abril.
O Brasil enfrentou um déficit nas doses de vacinas devido a atrasos nas importações no pior momento possível, com números recordes de infecções diárias e mortes esta semana.
O país já registrou 12,3 milhões de casos - 300.000 deles fatais - entre sua população de 212 milhões de habitantes.
O Butantan terá capacidade para produzir 40 milhões de doses de maio a julho e 100 milhões até o final do ano, disse o governador do estado de São Paulo, João Doria.
Enquanto a injeção CoronaVac é produzida com materiais importados, o ButanVac será "uma vacina inteiramente desenvolvida e produzida no Brasil, sem a necessidade de importar" um princípio ativo necessário para a produção das vacinas, acrescentou Doria.
A ButanVac "é a resposta aos que negam a ciência e negam a vida", disse Doria em uma provocação ao presidente Jair Bolsonaro, que passou meses minimizando a gravidade do coronavírus e também se opôs a medidas preventivas como o uso de máscaras e o fechamento de indústria.
O presidente de extrema direita também lançou dúvidas sobre a eficácia da CoronaVac. Doria deve desafiar Bolsonaro para a presidência na eleição do próximo ano.
SÃO PAULO