Colalucci, responsável pela chamada "restauração do século", que revelou as cores brilhantes e originais da obra-prima renascentista, dirigiu pessoalmente a limpeza da Capela Sistina, iniciada em 1980 e concluída em 1994, após intensos anos de trabalho.
O mestre restaurador entrou para a história da restauração ao decidir retirar a milenar camada de sujeira formada pela fumaça das velas de sebo, cera e fuligem, o que mudou a percepção da obra de Michelangelo. Assim, foi descoberta uma série de nuances e cores que estavam ocultas por causa de outras restaurações e atos de censura.
Colalucci também mudou a história da arte no que diz respeito à figura de Michelangelo, tanto que se dizia que "todo livro sobre Michelangelo deveria ser reescrito".
A restauração completa foi financiada também pela TV japonesa, a Nippon Television, que contribuiu com 4,2 milhões de dólares, em troca dos direitos de gravar o trabalho, algo inédito na época para o Vaticano.
O anúncio da morte de Colalucci foi feito pelos Museus do Vaticano no Instagram: "Morreu esta noite o mestre Gianluigi Colalucci. Foi ele que liderou o trabalho de restauração dos afrescos de Michelangelo na Capela Sistina, considerada por muitos a restauração do século. As cores atuais da abóbada e o Juízo Final de Michelangelo, que agora podem ser admirados em todo o seu esplendor, devem-se à sua coragem e talento", afirma a publicação.
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