De acordo com os planos de uma equipe da Universidade de Harvard, este balão de grande altitude seria lançado em junho do pequeno centro espacial de Esrange, próximo a Kiruna, ao norte do círculo ártico, na Suécia, no âmbito do projeto "SCoPEx" ("Stratospheric Controlled Perturbation Experiment").
O objetivo era fazer testes na estratosfera (inicialmente não iam liberar qualquer material) tendo em vista outros lançamentos para testar uma técnica de baixíssima escala de resfriamento artificial da atmosfera, espalhando uma quantidade experimental (menos de 2 quilos) de partículas de matéria para atenuar o efeito dos raios solares.
Esta tecnologia é inspirada nos efeitos climáticos das erupções vulcânicas. Seus defensores argumentam que deveria ser estudada para combater o aquecimento global, que está saindo de controle.
Mas o projeto, e a geoengenharia em geral, preocupa alguns cientistas e organizações ambientais que consideram a tecnologia perigosa e muito arriscada.
"Não há um consenso internacional claro sobre a adequação desse tipo de pesquisa", disse nesta quarta-feira a Swedish Space Corporation (SSC), empresa pública que opera o base de Esrange.
"Depois de falar com especialistas suecos e partes interessadas, e de acordo com Harvard, a SSC decidiu não realizar o teste de voo planejado com um balão neste verão", disse o órgão em um comunicado.
Uma comissão especial criada pela Universidade de Harvard para estudar o aspecto social e ético do projeto anunciou que também havia solicitado o cancelamento do voo de teste em junho. A medida foi tomada para permitir mais consultas à sociedade civil sueca, especialmente com os Sami, um povo indígena da Lapônia.
"Isso provavelmente atrasará a decolagem (de um balão) até 2022", segundo o comitê.