De acordo com o Ministério iraniano das Relações Exteriores, o "Saviz" é uma "embarcação civil" que proporciona "segurança marítima". Segundo a agência de notícias iraniana Tasnim seria, no entanto, um navio usado pelas Forças Armadas do país.
As informações contraditórias sobre os danos sofridos pelo navio foram divulgadas em um clima de tensão entre Israel e Irã, países inimigos que trocam acusações sobre ataques contra navios desde o início de março.
O porta-voz da diplomacia iraniana, Said Khatibzadeh, afirmou que o "navio comercial iraniano" ficou "levemente danificado" no Mar Vermelho, perto da costa do Djbuti, na terça-feira 6 de abril, às 6h00, horário local, por uma "explosão cuja origem está sendo investigada".
"O acidente não causou vítimas, e estão sendo feitas investigações técnicas para determinar as circunstâncias e a origem, e o nosso país tomará todas as medidas necessárias por intermédio das autoridades internacionais a este respeito", afirmou o porta-voz.
Khatibzadeh lembrou que o Irã já havia anunciado que, "em coordenação com a Organização Marítima Internacional", uma agência da ONU, o "Saviz" era um "navio civil [estacionado] na região do Mar Vermelho e do Golfo de Áden para garantir a segurança" das rotas marítimas nesta área.
"Este navio estava servindo como uma estação logística - suporte técnico e logístico - do Irã no Mar Vermelho", completou.
Nesta quarta-feira, o porta-voz da ONU Stéphane Dujarric pediu "moderação máxima" no Oriente Médio após a explosão.
"Estamos preocupados inclusive se as circunstâncias (do incidente) continuarão sem esclarecimentos, queremos destacar a importância de que as partes interessadas, incluindo os países da região, observem com moderação máxima", afirmou Dujarric, enquanto lamentou um "quarto evento deste tipo na região em pouco mais de um mês".
A ONU pede aos países da área "que se abstenham de tomar medidas que levem a uma escalada e, em particular, que respeitem suas obrigações em virtude do direito internacional", acrescentou.
- "Minas magnéticas" -
Pouco antes, a agência Tasnim havia informado que o navio, usado pelas Forças Armadas iranianas, foi danificado por "minas magnéticas em seu casco".
Citando informações obtidas por seu correspondente na área de defesa, a agência disse que o navio danificado "patrulhou o Mar Vermelho durante vários anos em apoio aos comandos iranianos mobilizados (na região) para escoltar navios comerciais".
De acordo com o site especializado MarineTraffic, o "Saviz" é um navio de carga que pertence à IRISL, a companhia de navegação estatal iraniana, construída em 1999.
O jornal The New York Times, que citou uma fonte do governo americano, informou que os "israelenses advertiram os Estados Unidos que suas forças atacaram (o Saviz) na terça-feira às 7h30, hora local".
A mesma fonte, segundo o NYT, acrescentou que "os israelenses apresentaram o ataque como uma represália por ataques iranianos anteriores contra navios de Israel" e que o "Saviz" foi "danificado abaixo da linha de flutuação".
As autoridades israelenses não reagiram imediatamente às informações do NYT.
Ram Ben Barak, deputado e ex-subdiretor do Mossad (serviço de Inteligência externa de Israel), disse a uma rádio israelense: "Não sei se a informação é correta, ou não, mas se estiver correta, parece que alguém deseja fazer com que saibam (os iranianos) que nós também sabemos como provocar danos aos navios em qualquer lugar e que devem ser prudentes".
TEERÃ