"Estamos alarmados com o agravamento da situação em Santiago de Cuba e profundamente preocupados com a saúde dos envolvidos", disse Julie Chung, chefe interina do gabinete de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, no Twitter.
"Pedimos ao governo cubano que tome medidas para desacelerar a situação e respeitar os direitos de expressão e reunião", acrescentou.
O líder da União Patriótica de Cuba (UNPACU), José Daniel Ferrer, anunciou no dia 20 de março nas redes sociais o início de uma greve de fome em Santiago de Cuba, no sudeste da ilha, "em protesto ao aumento da repressão" contra ele.
Ferrer explicou na semana passada à AFP que o jejum é contra o cerco policial sofrido pela sede de sua organização, que se dedica a apoiar pessoas em situação de extrema pobreza com alimentos, remédios e serviços.
O gabinete do secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, expressou na quarta-feira "alerta máximo para a delicada situação das 27 pessoas em greve de fome" em Cuba.
Quatro eurodeputados, incluindo Dita Charanzová, vice-presidente do Parlamento Europeu, enviaram uma carta à embaixadora de Cuba na União Europeia, Norma Goicochea, no dia 1 de abril, manifestando a sua preocupação com a saúde de Ferrer.
Ferrer é um dos 75 cubanos que, na chamada "primavera negra" de 2003, foram presos por motivos políticos.
Em 2011, ele foi libertado após negociações entre o então governo de Raúl Castro com a Igreja Católica, mas recusou-se a aceitar um acordo de emigração para Espanha.
Ferrer e três outros membros de sua organização foram presos de março de 2019 a abril de 2020 pelos supostos crimes de "lesões", "privação de liberdade" e "atentado", mas suas sentenças foram comutadas para outras de quatro a cinco anos de prisão domiciliar.
O sistema político cubano admite apenas um partido, o Partido Comunista, e considera a oposição ilegal.
O governo acusa os dissidentes de serem financiados pelos Estados Unidos para provocar a queda do socialismo na ilha.
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