O príncipe Philip, duque de Edimburgo, que passou mais de 70 anos junto à rainha Elizabeth II da Inglaterra, era conhecido principalmente por não morder língua, mas também era um fã da pintura e das corridas de carruagem de cavalos.
A seguir, cinco coisas pouco conhecidas sobre o príncipe consorte, que morreu nesta sexta-feira (9) aos 99 anos.
Sacrifícios pela rainha
Philip teve que fazer vários sacrifícios para poder se casar em 1947 com a então princesa Elizabeth.
Era de religião ortodoxa, mas aceitou abandoná-la para tornar-se anglicano e, para agradar sua companheira, parou de fumar.
Após a morte do rei George VI que levou sua jovem esposa ao trono em 1952, Philip teve que renunciar à sua promissora carreira como oficial da Royal Navy.
Ele teve que aceitar que a família real - portanto, os filhos do casal - não usasse seu sobrenome e sim o de sua esposa. Embora também desejasse ser visto como monarca, teve que se resignar a um eterno papel secundário, atrás de uma das mulheres mais famosas do mundo.
Sem modos?
Elizabeth II sempre o descreveu como sua "rocha" e seu "apoio", mas a família Windsor estava longe da satisfação quando a jovem princesa anunciou que queria se casar com ele.
Segundo o diplomata e escritor Sir Harold Nicolson, o rei George VI e sua esposa o achavam "grosseiro, mal educado e sem modos" e consideravam "que seria provavelmente infiel". Tentaram apresentar outros candidatos à filha, mais de acordo com o perfil que deseajavam.
Nesse período após a Segunda Guerra Mundial, a aristocracia britânica sentia-se incomodada com os familiares alemães do príncipe. Suas quatro irmãs mais velhas, casadas com príncipes alemães próximos ao Reich, não foram convidadas ao seu casamento com Elizabeth.
"Meu repolho"
O apelido carinhoso com o qual o príncipe se dirigia à sua esposa se tornou público em 2006 com o filme "The Queen" de Stephen Frears no qual, quando deita-se na cama, o príncipe diz a ela "mova-se, repolho".
"Perguntei nos círculos reais e me disseram de boa fonte que é assim que o duque às vezes chama a rainha", explicou o roteirista do filme, Peter Morgan, ao jornal The Times.
Este apelido carinhoso poderia vir de uma tradução literal da expressão francesa "mon petit chou" ("meu pequeno repolho", em tradução livre), já que Philip viveu sete anos na França durante sua infância.
Frio com Charles
As relações com seu filho mais velho Charles "nunca foram especialmente calorosas" e chegaram ao seu nível mais baixo em 1995, segundo o jornal The Mail.
Os dois homens declararam "guerra" após a decisão do duque de cortar 63 árvores de carvalho antigas no parque do castelo de Windsor. O príncipe Charles, ambientalista convencido, teria acusado seu pai de vandalismo, de acordo com o jornal.
Frequentemente descrito como um pai duro e frio, quando Charles era um menino jovem e sensível, ele decidiu enviá-lo ao rígido internato escocês de Gordonstoun, cujos rigores teriam endurecido o atlético Philip, mas acabaram sendo um verdadeiro inferno para seu filho.
Cavaleiro, piloto e pintor
O duque de Edimburgo era conhecido pelo seu amor pelos cavalos e pelas atividades equestres como polo e as corridas de carruagem, um esporte no qual competiu para o Reino Unido. Também gostava de escrever, pilotar aviões e era um grande fã dos automóveis.
Já a paixão do príncipe pela pintura era menos conhecida.
Colecionador de obras de arte, ele mesmo também pintava: sua obra mais famosa é um quadro de 1965 que retrata sua esposa lendo o jornal matinal e é intitulado "A rainha no café da manhã, castelo de Windsor".