Saudações com tiros neste sábado, 10, marcam a morte do príncipe Philip, duque de Edimburgo e marido da rainha Elizabeth II. As cerimônias acontecerão ao longo do dia em todo o Reino Unido, em Gibraltar e no mar.
O Ministério da Defesa do Reino Unido disse que as baterias vão disparar 41 tiros a cada minuto a partir do meio-dia em cidades como Londres, Edimburgo, Cardiff e Belfast, bem como Gibraltar e navios de guerra da Marinha Real.
Saudações com tiros também marcaram as mortes da Rainha Vitória em 1901 e Winston Churchill em 1965. As autoridades estão encorajando a assistir às saudações online ou na televisão de casa em meio à pandemia de coronavírus.
Philip morreu na sexta-feira, 9, aos 99 anos. A população, em luto, está deixando flores novamente em frente ao Palácio de Buckingham e ao Castelo de Windsor, um dia depois de sua morte.
Pequenos grupos de pessoas se reuniram, na manhã de sábado, perto dos portões da frente do Palácio de Buckingham, onde o Union Jack voa com metade da equipe.
Anteriormente, as flores deixadas lá na sexta-feira foram retiradas e colocadas na parte de trás de uma van. Os funcionários do palácio têm incentivado as pessoas a não irem ao Palácio de Buckingham ou ao Castelo de Windsor para deixar flores em meio à pandemia do coronavírus.
Frio e lockdown
Horas depois do anúncio da morte do príncipe Philip, alguns britânicos enfrentaram o frio e depositaram flores diante do Palácio de Buckingham. Em razão da pandemia de coronavírus, porém, o comparecimento foi discreto. Os hotéis de Londres estão fechados e ninguém pode passar uma noite fora de casa sem um bom motivo.
Os poucos moradores de Londres que apareceram o fizeram porque apreciam a lealdade que o príncipe tinha pela rainha. Outros disseram que admiram o trabalho feito por ele no exército britânico. Mais um tanto foi ao palácio para registrar o momento e dividi-lo com quem não estava presencialmente.
Sem a multidão que costumava ser vista no local quando o país estava aberto ao turismo, o palácio estava mais quieto e os guardas escalados para organizar os visitantes quase não tiveram trabalho. O céu cinza, com jeito de chuva, completou o cenário fúnebre.
Wandy Keelen foi uma das londrinas que saiu de casa mesmo em meio à pandemia de coronavírus e ao lockdown para prestar as últimas homenagens ao príncipe. O plano de confinamento ainda está em vigor na Inglaterra, mas as pessoas já podem sair de casa por motivos não essenciais.
Wandy se diz grande fã da família real e está triste com os últimos acontecimentos envolvendo Harry e Megan. "Acho que esse é um ótimo momento para que eles fiquem juntos", disse. Ela admirava o príncipe pela sua autenticidade. "Ele era um homem muito controverso, mas falava o que vinha à mente."
Esta não é a primeira vez que ela presta homenagens a um membro da família real que morreu. Há 24 anos, quando Lady Di morreu, ela conta que ficou horas esperando na fila para prestar condolências - desta vez, esperou por menos de um minuto para depositar flores em frente ao Palácio de Buckingham.
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Salvas em todo Reino Unido em homenagem ao príncipe PhilipBritânicos enfrentam frio e lockdown para prestar homenagem ao príncipe PhilipPríncipe Philip 'se dedicou com gosto' ao povo do Reino Unido, diz BidenBBC recebe queixas pela sua extensa cobertura da morte do príncipe PhilipCom morte de Philip, 'holofotes se voltarão para William', diz historiadoraMãe e filha, Fay e Lauren Knight também sentiram a necessidade de homenagear príncipe Philip. "Admiro o que ele fez pelo nosso país. Ele esteve ao lado da rainha o tempo todo, era leal", disse Lauren. "Nós amamos a família real. Eles são a história do nosso país", completa.
Gus Wiseman também levou flores para homenagear Philip. Ele diz que o príncipe foi uma figura muito inspiradora. "Um grande homem. Ele tinha uma carreira militar e sacrificou tudo isso para ficar ao lado da rainha", falou. Wiseman está certo de que, se não fosse o coronavírus, a ocasião teria reunido muito mais gente. "É incrível que mesmo assim tenha centenas de flores aqui."
A britânica Fances House destacou a caridade e a lealdade como pontos fortes do príncipe. Entre um compromisso e outro, mesmo apressada, não deixou de comprar flores para depositar em frente ao palácio.
Londres é conhecida por ser uma cidade multicultural e, mesmo com as fronteiras fechadas, era possível ouvir pessoas falando diferentes idiomas. As italianas Francesca Quartana e Claudia Tapowto eram algumas delas. "Viemos porque a família real é muito importante. Eles cuidam do povo e não vemos isso na Itália", diz Francesca.
Já os brasileiros Anna Luiza Martins e Rimonny Neves foram até o palácio para registrar este "momento histórico", como definiram. "A gente veio prestar homenagem e ver o que iria acontecer", disse Anna Luiza. "Não é a morte de qualquer um. E é interessante ver o respeito que os britânicos têm com a realeza" definiu Rimonny.