Em meio ao tumulto, uma explosão de canhão ressoa e um silêncio mortal prevalece. Seguem-se os aplausos de centenas de pessoas, reunidas neste sábado (10/4) na Torre de Londres para prestar homenagem ao príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, falecido na véspera.
Apesar do frio e da garoa típica londrina, multidões de habitantes da capital se aglomeram na esplanada do famoso castelo localizado no coração da cidade, ignorando os avisos das autoridades, que querem evitar concentrações de pessoas por causa da COVID-19.
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Príncipe Harry vai ao funeral do avô, Philip, que ocorrerá no dia 17Príncipe Charles diz que ele e sua família sentirão 'muita falta' do príncipe PhilipCom morte de Philip, 'holofotes se voltarão para William', diz historiadoraPrecisamente de acordo com esta discrição, o duque de Edimburgo, que não gostou muito do protocolo e queria modernizar a instituição, afirmou que não queria que fossem organizados funerais de Estado para ele.
À espera de uma cerimónia de despedida privada, as salvas de artilharia soaram este sábado às 12h (11h GMT) em todo o país, desde o Castelo de Edimburgo ao enclave britânico de Gibraltar, passando pelos conveses dos navios da Marinha Real britânica, a qual Philip serviu durante a Segunda Guerra Mundial.
Na Torre de Londres, os curiosos olhavam para a margem do Tâmisa, onde foram instalados três canhões reluzentes, guardados pelos militares e por vários "Yeomen", os emblemáticos guardas vestidos de vermelho e amarelo.
Ao meio-dia, por ordem dos militares, foi disparado o primeiro tiro de canhão de uma salva de 41 (uma a cada minuto). Naquele momento, o alvoroço da multidão desapareceu por alguns minutos, dando lugar ao silêncio.
"Para mim era importante estar aqui, falando assim soa um pouco estranho, mas queríamos estar aqui para vivenciar este acontecimento único", explica Alexander Beaten, acompanhado da namorada.
"Somos dois jovens na casa dos trinta e não conhecemos nada além da rainha e seu marido", afirma o jovem, para quem o casal real "representa a identidade e a cultura britânica".
"Podemos discordar do governo, discordar de muitas coisas que acontecem no país, mas a rainha e o príncipe Philip são uma constante", ressalta.
Sua namorada, Emma Preston, de 27 anos, concorda: "Eles sempre foram uma constante, eu queria parar um minuto para pensar sobre o impacto que tiveram em minha vida".
Para ela, a popularidade do duque, conhecido por sua franqueza e humor (mas também por suas piadas que continham racismo e sexismo), se explica em parte por seu lado "engraçado" e humorístico.
"Foi um bom contrapeso para a rainha, que sempre tem que se mostrar como a pessoa respeitosa, como a líder".
FUNERAL
O funeral do príncipe Philip acontecerá no próximo sábado, 17 de abril, às 15h no horário local (11h no horário de Brasília) na capela de São Jorge do Castelo de Windsor, a residência real onde o esposo de Elizabeth II morreu, anunciou o Palácio de Buckingham.
A cerimônia privada será transmitida pela televisão e o príncipe Harry, atualmente na Califórnia, vai comparecer, mas sus esposa Meghan Markle, que está grávida, não. No início da cerimônia todo o país fará um minuto de silêncio.
O príncipe Charles, filho mais velho da rainha Elizabeth II, disse neste sábado (10/4) que ele e a família real sentem "muita falta" de seu pai, o príncipe Philip, falecido aos 99 anos.
Em declarações feitas em sua casa, Highgrove House, no sudoeste da Inglaterra, Charles, de 72 anos, elogiou o "serviço de destaque prestado à rainha, à minha família e ao país" pelo príncipe Philip, a quem descreveu como "uma pessoa muito especial" que "teria ficado maravilhada com as reações e as coisas comoventes que estão sendo ditas sobre ele".